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“Violência nos estádios: a velha e boa retórica do não é comigo” – Por Luiz Henrique Campos

A Polícia e os baderneiros. Foot:Reprodução

Com o título “Violência nos estádios: a velha e boa retórica do não é comigo”, eis a coluna “Fora das 4 Linhas”, desta segunda-feira, do jornasita Luiz Henrique Campos. Ele aborda os episódios de violência registrados, no fim de semana, nos jogos do campeonato cearense.

Confira

As cenas de violência em estádios de futebol ou nas proximidades das praças esportivas envolvendo torcedores foram destaque em alguns jogos do último de fim semana. Por aqui, tanto nas partidas de Fortaleza e Ceará aconteceram fatos do tipo. Mas não só em nosso estado, pois em Curitiba e São Paulo também houve registro. Como é comum em acontecimentos assim, voltam os velhos chavões de que “é preciso dar um basta”, “isso não pode acontecer mais”, “as autoridades precisam ser mais duras”, enfim, a velha e tradicional verborragia como se uma partida de futebol trata-se de um fenômeno isolado da sociedade.

Ora, o futebol sempre foi tratado como uma espécie de catarse dos torcedores, onde se permite o xingamento, a homofobia, o desrespeito, o preconceito, a discriminação e até mesmo a fraude, desde que seja a meu favor. Não quero dizer com isso que defendo essa liberdade, até porque, não sou daqueles que usam o termo para a realização de toda categoria de libertinagem. Muito ao contrário, comungo da tese de que valeria bem mais a construção de uma estátua da responsabilidade como contraponto a liberdade defendida por alguns hoje.

Voltando a questão da violência no futebol propriamente, me chama a atenção como determinadas pessoas se arvoram da moralidade para descarregar falação sobre o assunto, mas aceitam em nossa sociedade, condicionantes a turbinar o clima de belicosidade através, justamente, de aspectos relacionados à indiferença com o preconceito, a homofobia, a defesa da morte como punição ao adversário. Uma partida de futebol nunca poderá ser vista separada da sociedade, como se ali, nas arquibancadas, deixássemos toda nossa hipocrisia à margem.

Por falar em hipocrisia, o futebol, seja nas arquibancadas, no gramado ou nos bastidores, é pródigo em oferecer um caldo de cultura propício a propagação da violência, pois quantos de nossos ídolos continuam sendo idolatrados, mesmo agredindo mulheres ou presos por outras circunstâncias quaisquer? E nossos dirigentes, com raras exceções, será que contribuem com suas ações e posicionamentos para evitar esse clima pesado entre os torcedores?

*Luiz Henrique Campos

*Jornalista e colunista do BlogdoEliomar.

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