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“Tempos de Páscoa”

F.J.Caminha, escritor e ex-deputado. Foto: Divulgação

Com o título “Tempos de Páscoa”, eis mais um conto de Francisco Caminha, escritor e ex-deputado estadual. O assunto é por demais oportuno.

Confira:

Todo ano, na quinta-feira santa, nossa família vencia de carro os 185 km para passar a Páscoa na cidade de Jaguaruana

Cedo partíamos, porque mamãe queria chegar a tempo para assistir à missa do Lava-pés. Concluída a cerimônia, o padre costumava ir até a casa de minha avó para conversar com a nossa família. Eu recordo desse episódio em que mamãe questionou o sacerdote:

– Padre, o que houve na missa? Eu só contei oito apóstolos. O senhor diminuiu?

– Minha filha Muneide, só você para notar. Me cansa colocar os 12. Minha coluna dói quando me abaixo. Afinal, nesta cidade, está difícil recrutar bons seguidores de Cristo. Outra coisa, como você é observadora, este ano não confessei ninguém individualmente. Eu já conheço de cor e salteado todos pecados dos meus paroquianos. Para facilitar, dou logo a absolvição comunitária.

Com um tom de humor todos riram com ele.

Nosso costume nessa época era assim:

– Não se comia carne durante essa semana. Papai costumava comprar o bacalhau, que era a principal proteína;

– Assistíamos na sexta-feira à procissão do Senhor Morto, após um jejum de 12 horas;

– O papai fazia muita caridade distribuindo centenas de pães de coco e outros presentes para as familias mais pobres. Com tempo apareceram a onda dos ovos de Páscoa, a festas dos chocolates;

– A gente rezava o terço e outras orações.

Hoje, eu não vou mais à missa. Nunca gostei de bacalhau, pois tem cheiro de perereca azeda. Não como chocolates, me dá azia. Não curto enterros, nem procissões ou rezas. Não faço jejum por obrigação de datas religiosas. A única pratica que restou foi a de ser generoso com os mais necessitados. Mas, isso já faço o ano todo.

Bem, agora, mais perto do pôr do sol da minha vida, sinto-me mais intímo de mim mesmo e de Deus. Essa intimidade permite que eu tenha mais compaixão das fraquezas humanas, tanto as minhas como as do próximo.

Para finalizar, você sabe por que todo ano muda a data da Páscoa?

Segue a resposta:

A Igreja Católica, no Concílio de Niceia, ano 325 de nossa era cristã, decidiu que a celebração da Ressurreição de Cristo obedecesse o calendário lunar. Ou seja, seria realizada no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre após o equinócio de primavera (no Hemisfério Norte) e outono (no Hemisfério Sul).

Como a data é móvel, todo ano a celebração para os cristãos pode acontecer entre o dia 22 de março e 25 de abril. Por isso, toda ano muda de data.

Feliz Páscoa!

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