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“Complexidades urbanas e gestão democrática”

Joaquim Cartaxo é o superintendente do Sebrae/CE. Foto: Tapis Rouge

Com o título “Complexidades urbanas e gestão democrática”, eis artigo de Joquim Cartaxo, arquiteto urbanista e superintendente estadual do Sebrae. Ele aborda as dinâmicas presentes no espaço urbano e a sua relação com a gestão.

Confira:

Uma dinâmica complexa permeia as cidades, resultante dos movimentos de permanência e mudança da sociedade nos diferentes tempos e espaços. A cidade não é um artefato estático, mas um organismo vivo que reflete aspirações, conflitos e transformações das diferentes camadas socioeconômicas e culturais que a habitam.

Vejamos a cidade como um reservatório de tempos, onde coexistem memórias, tradições e patrimônios culturais, conteúdos históricos que influenciam a identidade e coesão social, desenvolvendo senso de pertencimento e continuidade. A cidade expressa-se espacialmente nas realidades atuais e nas constantemente produzidas. Em qualquer delas, criatividade, inovação e desenvolvimento estão presentes nas construções, infraestruturas e tecnologias. Apreender essas dimensões históricas e geográficas é vital para assimilar demandas e desafios contemporâneos.

Se, por um lado, há impactos dos contextos urbanos de destruição, pela obsolescência de estruturas antigas ou pela ação de desastres naturais ou eventos catastróficos, que podem ocasionar perdas irreparáveis e acentuar desigualdades socioeconômicas, por outro essas circunstâncias podem ser oportunidades para a renovação urbana e recuperação de áreas degradadas.

No movimento de construir e destruir, a vida segue com as camadas socioeconômicas interagindo no meio urbano, muitas vezes em conflito, buscando viabilizar seus interesses e necessidades.

Essa luta política por melhoria de condições de vida e trabalho expressa as desigualdades estruturais presentes na sociedade, evidenciando a carência de políticas públicas que efetivem a equidade e a inclusão social. Desvendar e atuar nessa complexidade nas cidades é fundamental ao desenvolvimento sustentável e inclusivo, para garantir qualidade de vida urbana, em especial para as pessoas mais vulneráveis.

A governação dessa complexidade requer gestores que a compreendam profundamente e comprometam-se com o envolvimento pleno das cidadãs e cidadãos no processo de tomada de decisões que afetam a vida em geral, nas diversas formas de espaço habitado.

A participação ativa da população na gestão urbana fortalece a legitimidade das ações governamentais e, sobremaneira, a gestão democrática da cidade, com suas diferentes perspectivas e respeito aos conhecimentos locais.

*Joaquim Cartaxo

Arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/Ceará.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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