Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Madrinha da Parada pela Diversidade 2024 receberá Cidadania de Fortaleza

Dediane é jornalista, tem mestrado e é de Santana do Acaraú. Foto: Divulgação

Eleita madrinha da Parada pela Diversidade Sexual do Ceará de 2024, a ativista Dediane Souza será também cidadã de Fortaleza. Ela receberá o título honorário da Câmara Municipal no dia 18 de junho. A solenidade acontecerá no plenário do legislativo municipal, a partir das 15 horas e é aberta ao público.

“Eu escolho Fortaleza, mas Fortaleza também me escolhe. Eu sequer me identificava como travesti quando vim pra cá. Não me via como garoto, mas ainda não era a Dediane. Foi na convivência com as manas, que me acolheram e com quem compartilhei tantas coisas, ocupando as ruas com a militância, dialogando com muita gente e descobrindo muitas facetas minhas que me tornei a travesti que sou. Então, há uma relação afetuosa minha com a cidade. De afeto e política”, sintetiza.

Graduada em Jornalismo e mestra em Antropologia, Dediane circulou por toda a cidade promovendo ações do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), coletivo LGBTQIAPN+ do qual faz parte desde 2008. Já coordenou 13 edições da Parada pela Diversidade Sexual do Ceará e virou referência nacional da pauta, tornando-se gestora de políticas públicas para essas populações em São Paulo (2014/2015) e Fortaleza (2017/2021), e vinculando-se a grandes nomes do movimento trans brasileiro, como Janaína Dutra e Thina Rodrigues .

Atualmente, ela divide-se entre o doutorado em Antropologia, feito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e a Coordenadoria de Diversidade, Acessibilidade e Cidadania Cultural da Secretaria Estadual da Cultura (Secult-CE), cargo que assumiu no início de maio – após dois anos afastada de órgãos públicos para dedicar-se exclusivamente aos estudos e ao ativismo. É ainda vice-presidenta licenciada do Grab e diretora da Rede Trans Brasil.

Santana do Acaraú

Natural de Santana do Acaraú, na região norte do Ceará, Dediane migrou para Fortaleza ainda na adolescência. Deixou o sertão em busca de melhores oportunidades de vida. Morou primeiro em Maracanaú e, em seguida, mudou-se para a capital cearense e estabeleceu-se, tendo iniciado nela uma trajetória de 20 anos de ativismo em prol das populações LGBTQIAPN+.

“Só em dois momentos da minha história eu me afasto de Fortaleza: quando vou pra São Paulo e quando vou pra Natal (RN). Mesmo assim, meu vínculo com a cidade se mantém e eu retorno pra fazer a Parada ou participar de alguma articulação importante. Estar em Fortaleza significa estar viva, a despeito de o Ceará ser um dos estados que mais mata pessoas trans no Brasil inteiro. É com esse cenário que a gente faz ativismo”, acrescenta Dediane.

O título de cidadã de Fortaleza ela receberá por iniciativa da Mandata Coletiva Nossa Cara. A concessão foi aprovada por maioria na Câmara no fim de abril deste ano. “São 20 anos de uma relação repleta de desafios e conquistas. Eu cresci e me transformei junto com a cidade. Então, pra mim, é muito importante ser agraciada com uma honraria como essa. Agora, sou de fato e de direito cidadã da cidade que amo e escolhi para viver. Onde tenho tantas pessoas importantes e conheci tantas travestis. Receber esse título é também honrar a memória delas”, afirma a madrinha da Parada pela Diversidade Sexual do Ceará.

SERVIÇO

*A partir das 15 horas (aberto ao público).

*Câmara Municipal de Fortaleza – Rua Thompson Bulcão, nº 830, no bairro Luciano Cavalcante.

COMPARTILHE:
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Email
Mais Notícias