“Confiança é como uma semente que precisa ser plantada e cultivada. Não nasce da noite para o dia e, uma vez quebrada, é difícil de recuperar”, aponta o empresário Maurício Filizola.
Confira:
Acabei de chegar de São Paulo onde participei da convenção da FEBRAFAR, Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias. É óbvio que debatemos o fortalecimento do nosso setor. É claro que tratamos de alternativas para o crescimento de nossas empresas. É evidente que discutimos a nossa sobrevivência no mercado. Mas não ficamos apenas olhando para o próprio umbigo.
Nos dois dias intensos em que estivemos imersos no evento, na capital paulista, a palavra-chave foi CONEXÃO, a partir de uma constatação unânime entre os presentes: o poder dos vínculos nas relações humanas e, por consequência, na dinâmica empresarial.
Edison Tamascia, presidente da FEBRAFAR, por exemplo, compartilhou sua trajetória de superação. Não apenas para exaltar suas conquistas inspiradoras, mas para reforçar o mantra, já cantarolado por Raul Seixas, na canção Por Quem os Sinos Dobram, de que “Nunca se vence uma guerra lutando. Você sabe que a gente precisa entrar em contato”. E foi justamente isto que Tamascia enfatizou: é preciso estar conectado com os que nos cercam, construindo uma rede sólida, não apenas de negócios, mas de pessoas que acreditam em um propósito comum.
Na mesma tônica foi a fala de José Abud Neto, vice-presidente da FEBRAFAR, que tratou, em seu painel, de VÍNCULO, que é uma liga formada por respeito, confiança e reciprocidade. O palestrante ressaltou que, no mundo empresarial, assim como nas relações pessoais na sociedade como um todo, o vínculo é a cola invisível que une colaboradores, clientes, fornecedores e associados.
Para Abud, o Respeito é a base de qualquer relacionamento duradouro. É reconhecer o valor do outro, seja um colaborador, um cliente ou um parceiro de negócios. É entender que cada peça tem seu valor único na engrenagem empresarial.
Já a Confiança é como uma semente que precisa ser plantada e cultivada. Não nasce da noite para o dia e, uma vez quebrada, é difícil de recuperar. É o alicerce que sustenta todas as relações.
Por fim, a Reciprocidade é o ponto que fecha o círculo do vínculo. É o equilíbrio das trocas. É a certeza de que aquilo que damos retorna de alguma forma. Ela mora nos gestos simples, como ouvir e ser ouvido, ajudar e ser ajudado. É ela que mantém uma associação viva e em crescimento: cada um faz sua parte, sabendo que o outro também fará a dele.
Saímos da Convenção cientes e conscientes de que o sucesso é uma jornada coletiva. E de que se associar não é apenas uma estratégia comercial, mas uma filosofia, em que cada um, através dos vínculos, sustenta o outro, sobrevive com o outro, supera-se com o outro, vence com o outro.
Porque, como diria Gregório de Matos, “A parte, sem o todo, não é parte. O todo, sem a parte, não é todo”.
Maurício Filizola é empresário