Com o tóitulo “A Feira-Livre de Dificuldades e Facilidades”, eis artigo de Fabrício Moreira, advogado e contista. Ele apontao certos senhores e suas contradições.
Confira:
Existe uma máxima na política do Brasil que diz que “criam-se muitas dificuldades para vender facilidades”. Na versão Ciro Gomes, que fala o que sente e o que conhece de perto, “são os oportunistas que não largam o osso”.
Pois bem. O nordestino Aldo Rebelo, que faz política em São Paulo e por lá foi deputado federal algumas vezes, sempre se colocou como homem de esquerda e da ala progressista.
Foi ministro da República por três oportunidades, inclusive da Defesa, que comandava os militares, mesmo sendo ele do PCdoB. Recentemente, desejava retornar ao Ministério de Lula. Mas não deu certo, apesar do apelo e esforço feito pela imprensa. Aldo é jornalista.
Pronto. Fora da Esplanada dos Ministérios, Aldo Rebelo começou a criticar a tudo e a todos. Encontrava uma agulha em grama e até piaba no Lago Paronoá.
A estratégia para não largar o osso das benesses do poder, para muitos, às vezes dá certo. E Rebelo ganhou um novo emprego, desta feita na gestão do Ricardo Nunes, bolsonarista, na Prefeitura de São Paulo. Estranho a postura e sem qualquer afinidade com o que ele pregou a vida inteira.
Agora, chegou a vez do ex-ministro Marco Aurélio. Polemista que em muito contribuiu com a soltura de gente muito perigosa e com o desgaste do próprio STF, do qual fazia parte via indicação do ex-presidente da República Fernando Collor, seu primo.
Aposentado, resolveu agora conceder muitas entrevistas em que esqueceu o passado, para detonar os seus ex-colegas ministros com suas próprias tragédias e decisões, muitas monocráticas.
Essa lei da atração pelo poder confunde a opinião pública, num quadro onde finalmente ficaremos em dúvida em quem podemos ou não confiar, pois o que eles dizem pela manhã, por certo não servirá mais para um simples jantar.
*Fabrício Moreira
Adcvogado e contista.