“Vemos uma Fortaleza cosmopolita, com avanços em alguns setores estruturais e problemas sociais em outros”, aponta o administrador Ernesto Antunes. Confira:
Nesses quase três séculos de fundação de nossa Fortaleza, veio à lembrança a minha infância no bairro universitário do Benfica, onde costumava realizar andanças diárias pelas ruas e praças da cidade, correndo atrás de bolas de futebol, pipas e do famoso peão. Naquela época, começava a dar os primeiros passos como estudante do tradicional Colégio 7 de Setembro, sob a direção do saudoso Edilson Brasil Soares, que se destacava como instituição de ensino na famosa avenida do imperador.
Recordo também dos momentos em que podíamos pegar o ônibus Circular na Av. 13 de Maio e curtir uma boa praia com amigos na concorridíssima Praia do Náutico durante o dia. À noite, já bronzeado pelo sol menos escaldante de hoje, reunia a turma de amigos para paquerar as “cocotas” na Volta da Jurema, de figuras inesquecíveis como o Grafite e sua potente moto, e as famosas Peixadas do Meio e do Alfredo, conhecido como o rei da peixada.
Hoje, vemos uma Fortaleza cosmopolita, com avanços em alguns setores estruturais e problemas sociais em outros, decorrentes do inchaço populacional em bairros periféricos, oriundo das pessoas que o êxodo traz do interior do Estado. Mesmo assim, programas de capacitação e incentivos ao microcrédito têm sido uma tônica nessa gestão, visando minimizar os impactos sociais para pessoas consideradas de baixa renda.
A nossa Fortaleza amadureceu em relação às políticas públicas sociais, mas ainda carece de um transporte público eficiente, que possa oferecer à população o tão sonhado metrô para os deslocamentos nas chamadas áreas nobres da cidade.
Ao lembrar dos 298 anos de Fortaleza, não poderia esquecer dos famosos shows de humor, que me alegravam com a dupla inesquecível formada pelo saudoso Paulo Diógenes, da famosa Raimundinha, e pelo Ciro Santos com seu personagem favorito.
Não esqueço das noites de segunda-feira no Pirata e das quintas-feiras das famosas caranguejadas no Itapariká, ouvindo, na época romântica, o bom Paulo Façanha e seu violão desfilando os sucessos da nossa MPB, ou aos sábados, no chorinho do Cais Bar, na Praia de Iracema.
Também lembro da evolução de Fortaleza em relação aos espaços de lazer, com praças bem equipadas para adultos e crianças, incluindo as novas areninhas que oferecem entretenimento e impulsionam negócios em seu entorno, beneficiando a população da periferia.
Fortaleza, do pôr do sol na velha e agora nova Ponte Metálica, onde eventualmente vislumbrávamos golfinhos e botos, além de ainda visualizar o “Mara Hope” se despedaçando.
Portanto, neste aniversário de Fortaleza, esperamos que a alegria e o humor predominantes do povo cearense continuem sendo uma marca registrada, , enquanto torcemos por melhores condições e qualidade de vida para estas e outras gerações.
Ernesto Antunes é administrador e consultor empresarial
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O Articulista resumiu muito bem a realidade de nossa cidade, com avanços e retrocessos.