Em artigo com o título “A tática da covardia”, o radialista Cláudio Teran avalia a situação da Argentina com a eleição de Milei. Confira:
Que a situação da Argentina é calamitosa, até leigos sabem. O plano decidido por Milei para enfrentar o drama é punir o povo.
O que há de novo? Nada! A direita é assim. Ser formos olhar leigamente para a história da problemática argentina enxergaremos que seu DNA está nos atos de populismo da direita. Quando a ditadura militar de direita devolveu o poder aos civis à força, o estrago estava feito era de grave e de difícil solução há 40 anos…
E só piorou com outros erros, mais roubalheira, incompetência, e aumento vertiginoso de seus subprodutos, a desigualdade e a pobreza. Curiosamente, ou não, a lógica populista se perpetuou no vizinho país, independente do lado do governante, direita ou esquerda.
A ruptura radical que Milei tenta agora tem o perverso viés de penalizar o lado mais fraco. O povo argentino é vítima, não vilão. Presidentes anteriores, até os piores, nunca se voltaram contra a população como El Loco. As medidas que ele está tomando são gravosas, e a promessa de desmanchar tudo para então e depois reconstruir, não se sustenta em nada, só em promessas sem prazo de validade.
Milei é tigrão contra os humildes, tchutchuca contra os poderosos. Quer espetar a conta dos desmandos e dos malfeitos de seu país nos mais pobres, enquanto recebe apoio de uma elite que não passa fome ou privações. Evidente que é difícil enfrentar o problema e recuperar o país sem sacrifícios, mas caso Milei fosse o durão que tenta parecer, daria uma voadora nos privilegiados, ou seja iria pra cima das “castas” de quem reclamou o tempo todo na campanha. E agora?
As “castas” que sempre participaram dos sucessivos governos argentinos, estão bem tranquilas. Milei não as assusta. E caso ele caia, a vice é pior. As ‘castas’ seguirão. Semelhanças com o Brasil? Na desfaçatez sim, mas o Congresso deles, e o sistema partidário deles, é menos pior que o nosso, e lá não tem Centrão. Suerte hermanos!
MORAL DA HISTÓRIA
Lá como cá, a direita é elitista, nunca muda, e a ordem é manter seus privilégios em todo e qualquer cenário político. Culpar “el pueblo” é só a velha tática covarde de “siempre”…
Cláudio Teran é radialista