“(…) a coletiva foi marcada para a sede do partido, não para o comitê eleitoral. Portanto, em alguns minutos falaria o presidente do União Brasil do Ceará, e não o candidato. E a tensão só aumentou”, aponta o jornalista Nicolau Araújo.
Confira:
Manhã de sexta-feira, início da contagem regressiva para o dia 6 de outubro e eis um fato que agitaria as redações em Fortaleza: a convocação de uma coletiva por parte de Capitão Wagner, candidato a prefeito pelo União Brasil. Não era uma convocação qualquer, pois o anúncio sugeria uma “pauta-bomba”.
Com horário agendado para quase meio-dia, as horas que se antecederam à coletiva foram marcadas por inúmeras ligações entre jornalistas, radialistas e blogueiros, além de abordagens a assessores das demais campanhas ao Paço Municipal.
Estaria Capitão Wagner a anunciar apoio a André Fernandes? Wagner e Sarto uniriam forças, após quedas contínuas de ambos nas pesquisas? Evandro Leitão teria conseguido o apoio do União Brasil, diante de três ministérios do partido no governo Lula, conforme alguns idealizam em um eventual segundo turno?
Sem sucesso no campo político, as redações partiram para a justiça eleitoral como forma de um “furo” na tal pauta-bomba.
A essa altura, o número de profissionais da imprensa se reduzia em meio às escassas fontes, mas as expectativas só cresciam pelas especulações.
Qual candidato estaria com a sua candidatura impugnada? Quem dos outros três integrantes do G4 nas pesquisas eleitorais teria recebido doação de fonte suspeita? Haveria mandado de busca e apreensão em algum comitê ou residência de candidato?
Sem mais contabilizar horas, mas minutos para o início da coletiva que prometia tomar as manchetes com a tal pauta-bomba, a frustação entre jornalistas, radialistas e demais formadores de opinião era estampada nos rostos quando da chegada à sede do União Brasil, no bairro Parquelândia.
Em uma última tentativa de antecipar o que teria Capitão Wagner a dizer, alguém ainda chegou a reforçar a importância do momento, pois a coletiva foi marcada para a sede do partido, não para o comitê eleitoral. Portanto, em alguns minutos falaria o presidente do União Brasil do Ceará, e não o candidato. E a tensão só aumentou.
Chegado o grande momento, a tal pauta-bomba não passara de alguém a enredar que suas bandeiras de campanha nas ruas estariam sendo danificadas ou furtadas, que sejam.
O candidato que nas últimas duas semanas caçou André Fernandes com propagandas e em debates questionados e acatados na justiça eleitoral, agora queria a conivência da imprensa para mais uma caçada, diante da escassez de munição.
Wagner, até apontou um responsável por tais atos. Mas disse que o vereador proprietário do veículo filmado, conduzido por seu assessor, “não fez de má fé”. Afinal, a temporada de caça a André Fernandes segue aberta.
O carrasco do candidato do PL agora busca vitimização, sem perceber que segue na condição de carrasco.
Frustrados, jornalistas, radialistas e formadores de opinião retornaram para suas redações sem a manchete do dia.
Mas, então, na tarde da sexta-feira, no início da contagem regressiva para o dia 6 de outubro, eis o caminho inverso de assessores de Capitão Wagner, sede do União Brasil / redações, na busca por algum espaço daquilo que se prometia como pauta-bomba.
Enquanto isso, Wagner deve estar “tlamando” o “plóximo” plano infalível…
Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido