Não tenho ancestralidade judaica e, não bastasse, sou casado com uma mulher neta de libaneses (cristãos). Portanto, sinto-me à vontade para versar este tema de modo isento. Embora o faça com o coração doído em face da desastrosa realidade que me cerca, seja em ambiente geopolítico próximo ou remoto.
Sinto-me, talvez, como se sentiram meus pais nas décadas de 30 e 40 do Século passado, ao vislumbrarem os horrores da II Guerra Mundial. Explico: o Brasil, que lá para cá buscou manter-se neutro quanto aos conflitos, armados ou não, deflagrados alhures. Agora, pela desastrada mão do seu dirigente maior, resolve confrontar o senso comum das pessoas normais.
Assim foi e sempre devia ser, inclusive em face das prescrições contidas nos incisos VI, VII e VII, do art. 1º, da Constituição. Ali se estipula que o Estado brasileiro tem como FUNDAMENTOS, a defesa da paz, a solução pacífica dos conflitos e o repúdio ao terrorismo. O Presidente da República, como Chefe de Estado, haveria de ser o primeiro a prestar reverência a isto. Não o faz, todavia.
Ao reverso, em fala desastrosa, ignóbil e abjeta, resolve ele comparar as ações de Israel na “Faixa de Gaza” ao holocausto, cometido pelo governo nazista de Hitler. Foram mortos, disseram, 30 mil palestinos. Já na carnificina de outrora foram 6.000.000 de judeus brutalmente assassinados. Já no Brasil, em 2016, 61.000 brasileiros restaram assassinados pela ação dos criminosos, faccionados ou não. Cotejo inadmissível, portanto.
E tem mais: o Governo de Israel usou e está a usar sua força armada (heroica) em defesa do seu povo e da integridade do seu território. Isto, porém, DEPOIS de absurda e criminosamente atacado por um grupo terrorista repulsivo, que torturou, matou e estuprou civis israelenses, inclusive mulheres, idosos e crianças (algumas decapitadas). E esse “soldados” do mal não usam fardas, adotam túneis e hospitais como “quartéis” e se valem de inocentes como escudos, não importando a idade ou sexo.
Cabe indagar, como o fez recentemente o inesquecível Professor Paulo Bonavides, de onde vem tanto dinheiro para que esses bandoleiros adquiram sofisticados armamentos? A ONU, que deveria agir duramente contra eles, parece abrigá-los!
Não se está a querer “destruir a Palestina”, mas um grupo de facínoras, armado com mísseis, metralhadoras e fuzis, inopinada e cruelmente disparados contra a população judaica. Muitos desse judeus foram queimados vivos, uma criança em cadeira de rodas foi morta à queima-roupa! Como comparar uma coisa – a autodefesa israelense – com outra, aquela perpetrada pelos adeptos da suástica?
Israel é um país soberano, fraterno, desenvolvido e que distribui ajuda e tecnologia avançada para o mundo. Foi o primeiro a mandar auxílio de toda ordem para a tragédia nas nossas Minas Gerais. Penso que se importássemos as técnicas de irrigação (e dessalinização da água) de Israel, o Nordeste seria uma potência. Trocaríamos isto por parte da produção agrícola obtida, apenas.
Mas a última medida tomada foi a de “chamar de volta” do nosso Embaixador… quais os próximos passos? Romper relações com Israel, alinhando o país com os regimes do Irã, de Cuba, da Venezuela, da Nicarágua, da China e Rússia? Abrir um consulado no Hamas em Brasília? Ou, como ironicamente me disse um ilustre intelectual amigo, apreender todos os exemplares da Torá aqui existentes?
Repito: o objetivo declarado dessa corja islâmica, criminosa e radical (que contraria a essência do Alcorão), é extinguir Israel e seu povo. Aliás, tal propósito de “extinção” já foi veiculado em relação aos “bolsonaristas”… a imaginar que 30% dos eleitores brasileiros (150 milhões) o sejam (numa estimativa encabulada), seriam 45 milhões de almas verde e amarelas “extirpadas”? É isto mesmo, ou estou a delirar?
A atroz atual “diplomacia” brasileira, que desonra Rio Branco e Rui Barbosa, levará o nosso país a um estado de guerra? O que nosso País fará se Maduro concretizar sua intenção de anexar parte do rico território da Guiana?
Espero em Deus que não estejamos a caminho de uma catástrofe internacional, pois a interna está em processo de rápida consumação.
Valmir Pontes Filho é advogado e professor
Respostas de 2
Interessantes reflexões. O articulista ao lembrar os assassinatos no Brasil por facções criminosas, ou não, leva o leitor a atinar sobre guerra que ocorre no Brasil, nunca enfrentada pelos donos do poder. Entra governo e sai governo, e tudo permanece igual, sem solução no horizonte. Parabéns, dr. Valmir Pontes!
Excelente! Artigo irretocável do grande advogado e professor Valmir Pontes Filho. Subscrevo integralmente! Ainda existem intelectuais verdadeiramente lúcidos! Graças a Deus!