Quatro policiais militares, acusados de tortura, assassinato e formação de quadrilha, irão à Júri Popular pela morte do frentista João Paulo de Sousa Rodrigues, arrematado em 2015 pelos PMs quando se dirigia ao trabalho, segundo os autos do processo. Com previsão de duração de três dias, o julgamento terá início no próximo dia 6.
A defesa dos policiais alega inconsistências na acusação, entre as quais a possível motivação do crime, quando um empresário de 68 anos chegou a ser apontado pelo Ministério Público como provável mandante do crime, mas ele não chegou a ser pronunciado.
De acordo com o Ministério Público, o empresário teria desconfiado que o frentista estaria passado “a fita” para assaltantes, quando o posto de combustíveis de sua propriedade, no Parque Santa Rosa, na Grande Messejana, passou a ser assaltado. A desconfiança do “patrão” era baseada no antigo emprego da vítima, que havia sofrido cinco assaltos.
O mesmo empresário também teria envolvimento em um duplo homicídio, em 2007, na localidade Poço da Pedra, na zona rural de Boa Viagem, distante 47 quilômetros da sede do município do sertão do Ceará, em um crime de vingança. Uma vítima que sobreviveu o que seria uma chacina, identificou o empresário como um dos atiradores, enquanto os outros homens encapuzados “usavam botas de PM”.
Os quatro PMs que serão julgados a partir da segunda-feira (6) foram pronunciados pela 1ª Vara do Júri. Eles foram flagrados por câmeras de segurança na abordagem ao frentista, quando o trabalhador se dirigia ao posto combustíveis.