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“Arte expressiva e inspiradora”

Totonho Laprovítera é arquiteto e escritor. Foto: Reprodução

Com o título “Arte expressiva e inspiradora”, eis mais história da lavra de Totonho Laprovitera, arquiteto, escritor e artista plástico.

Confira:

Sempre me atraiu o jeito de vida assinalado pela permanência em um lugar definido como habitat natural, onde um ser encontra alimento, abrigo, proteção e boas companhias. Já tive algumas oportunidades de morar fora do Ceará e até mesmo do Brasil, mas, por vontade própria ou não, nunca consegui. Exceto um ano em João Pessoa, onde vivi experiências que me servem até os dias de hoje.

Na área da arquitetura, fui contemplado com uma bolsa do governo italiano para estudar restauro de bens culturais em Roma. Mas, o processo não vingou devido a uma falha burocrática, impedindo que minha documentação chegasse a tempo ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, responsável pela intermediação desse intercâmbio. Eu era o único candidato brasileiro naquele ano de 1983.

No inı́cio da minha vida artı́stica, recebi convite de uma galerista carioca para me estabelecer no Rio de Janeiro. Mesmo na afoiteza da adolescência, não tive coragem suficiente para me deixar levar por aquele desafio. Já adulto e formado em arquitetura e urbanismo, incluindo as artes, recebi diversas sugestões e convites para seguir carreira em São Paulo e no exterior. Diante das incertezas que vivia, sempre decidi permanecer em meu ninho.

Próximo dos 60 anos de idade, fui instigado a morar em Paris, para viver exclusivamente de arte. Casado e com 5 filhos, preferi ficar no conforto de minha amada famı́lia. Recentemente, tenho considerado a possibilidade de passar uma temporada na Itália. Quem sabe?

Pois é, não me arrependo de ter permanecido onde nasci e me criei, pois hoje enxergo aqui como o inı́cio do mundo, um recanto onde reside minha alma. Na intenção de debandar, nunca arredei o pé do Brasil. Talvez porque a Fortaleza da luz do Ceará esteja nos olhos da arte que pulsa, brilha e ilumina a minha vida. Costumo dizer que nasci artista, pois desde criança tenho me dedicado à arte.

Apesar de ter começado cedo a participar de exposiçõ es, demorei a me profissionalizar. Isso se deve, em parte, ao mestre Aldemir, que me ensinou sobre o ideal de vender para pintar, nunca o contrário. Acredito firmemente que esse ensinamento contribui muito para a qualidade do meu trabalho, pois reflete a autenticidade e a paixão que dedico às minhas obras. Para mim, a arte feita com amor é sempre mais expressiva e inspiradora.

Por fim, poetizo: Desenhando a minha vida e pintando os meus sonhos, em dia de criação, Deus me fez artista. Traçou a minha voz, minha vista afinou. O meu gesto apurou, ideou meus pensamentos. Ilustrou a minha história, escreveu o meu destino. Inspirou-me de amor, enviou-me para este mundo. Deu-me olhos para falar, ouvidos para calar. Mãos para enxergar, deu-me boca para calar. Do nada gerou o tudo e me deu para eu viver: coração para pensar, cabeça para amar.

*Totonho Laprovítera

Arquiteto, escritor e artista plástico.

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