“Céu e Inferno” – Por Paulo Rogério

Paulo Rogério é jornalista.

“Somos hoje o reflexo de nossos pensamentos e ações de anos atrás – ou de vidas anteriores”, aponta o jornalista Paulo Rogério

Confira:

Muitas vezes estamos passando por maus momentos, sem saber o que fazer, perdidos, temendo que tudo fique pior ainda em pouco tempo. Um inferno interno, tão quente que o ar em volta fica irrespirável. Outras, estamos como que nas nuvens, flutuando. Tudo fica mais leve, colorido, cheiroso até. Novos planos surgem na mente e as decisões se tornam claras como o céu azul de Fortaleza.

Assim é nosso dia a dia. Entre o Céu e o Inferno diário de nossos atos. Cada um tem aquilo que merece. Se você está em paz, parabéns, méritos seu. Se não, reflita. Ninguém pode ser apontado como culpado daquele momento que vivemos. Somos hoje o reflexo de nossos pensamentos e ações de anos atrás – ou de vidas anteriores.

A boa notícia é que não existe inferno eterno. Sim, não existe esse inferno que propagaram com caldeirões esfumaçando, fogueiras, rios de lavas e um ser vermelho e chifrudo – o Capiroto – aguardando para punir quem errou. Não há um lugar assim que resista ao tempo, a mudanças no pensamento e nas ações e, principalmente, na reforma íntima. O Céu pode ser eterno, o inferno não.

Reencontro, com alegria e surpresa, em um sábado preguiçoso destes, o amigo dos tempos de faculdade e de Redação, o jornalista Tarcísio Matos. Era dele a missão de ministrar a palestra final de um curso de Espiritismo. E coincidentemente o tema era exatamente sobre o livro de Allan Kardec, “O Céu e o Inferno”. De forma simples, sem precisar de palavras rebuscadas, tocou no ponto principal dessa dualidade bem x mal, certo x errado: o arrependimento.

Quantas pessoas encontramos pela vida que se entregam a vícios, como forma de esquecer um problema que enfrenta? Outros erram, às vezes acabam presas pela lei dos homens, e mesmo assim permanecem com mesma posição moral. Cultuando seu inferno interno e as consequências.

Ter carrões, mansões luxuosas e influência social, necessariamente não é estar no Céu. Há inúmeros milionários com crises de depressão ou problemas de relacionamento. Outros aparecem e viram escravos desse “status”. Conheço muita gente que não possui nada disso e vive uma vida feliz, sem medo da PF aparecer durante a madrugada. Tem suas necessidades materiais, obviamente, mas está bem e ainda ajuda os outros. Digo até que vive bem por que ajuda o próximo, seja com palavras amigas, seja com um simples sorriso de compaixão ou com doações sinceras.

Essa época de dezembro é normal as pessoas ficarem mais reflexivas ao fazer planos para o próximo ano. Alguns viram filósofos amadores – como eu. Mas seria interessante listar entre os novos projetos, o de esquecer rixas e possíveis inimigos, corrigir erros do passado e construir seu próprio Céu interior, repleto de brilho, anjos e um Deus justo, paterno.

Paulo Rogério é jornalista

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