“De café e papelão nutre-se a oposição” – Por Luiz Henrique Campos

Vereadora expondo listão da tribuna. Foto: Divulgação

Com o título “De café e papelão nutre-se a oposição”, eis a coluna “Fora das 4 Linhas”, desta quinta-feira, assinada no Blogdoeliomar pelo jornalista Luiz Henrique Campos. Ele comenta a postura da oposição que na Câmara Municipal ou na Assembleia Legislativa faz política da crítica pela crítica sem apresentar alternativas.

Confira:

Nesta semana, uma vereadora da Câmara Municipal de Fortaleza, valendo-se do 1º de abril, o Dia da Mentira, subiu à tribuna e apresentou uma extensa lista de papel que, segundo ela, detalhava as mentiras dos governos petistas nas esferas municipal, estadual e federal. A cena foi parar nas redes sociais e a parlamentar garantiu o expediente com likes e curtidas. Mas foi só. Eleita com excelente votação e uma das candidatas que mais recebeu dinheiro de seu partido para a campanha, poderia ter feito mais e mostrado alternativas ao que ela apresentou como desmando.

Ora, crítica por crítica, o fortalezense não carece de espetáculos do gênero protagonizados por edis municipais, pois está a enfrentar, diariamente, as agruras nos postos de saúde, escolas etc. Os vereadores de oposição deveriam fazer jus aos seus polpudos benefícios, propondo soluções e não legislando para as redes sociais. Ressalte-se que a oposição em Fortaleza, eleita com boa margem de votos, poderia estar sendo mais atuante, ao lado do povo, pois esteve junta com o ex-prefeito que deixou a cidade na condição em que se encontra hoje.

O que se tem visto, todavia, é muito pouco nesses quatro meses de mandatos na Câmara, destacando-se, além do papelão exposto no dia 1º de abril, a viagem de uma vereadora aos EUA, para hipotecar apoio às medidas trumpistas de deportação de brasileiros, aumento da taxação de produtos estrangeiros e aos ataques ao Canadá, México, Groelândia, Ucrânia, Gaza, só para citar alguns. E tudo isso no frio de Washington.

Se isso acontece na Câmara Municipal, na Assembleia Legislativa, toda semana, um grupo de opositores inventou um café, onde se reúnem para, ao lado da mesa fartamente posta, alinharem críticas ao governo estadual e federal. Críticas estas, é bom que se diga, que nunca vêm acompanhadas de alternativas também. Sem contar que muitos de seus eleitores nunca tiveram uma lauta mesa daquela pela frente. É a velha tática da crítica pela crítica, como, por exemplo, à política de segurança, como se entre eles não estivessem apoiadores de greves de policiais que deixaram centenas de famílias cearenses enlutadas, justamente porque esses policiais abdicaram do dever de proteger a população.

A crítica pela crítica, na política, é a pior forma de fazê-la, pois nesse jogo, todos têm rabo preso. Não à toa, a partir dessas críticas, o secretário Chagas Vieira tem deitado e rolado ao respondê-las, sem que os opositores não sintam o baque. E assim caminham as nossas alternativas, sem que se proponha nenhum modelo novo ao que está posto, valendo-se única e exclusivamente das redes sociais, onde o que vale mesmo é a foto.

*Luiz Henrique Campos

Jornalista e titular da Coluna “Fora das 4 Linhas”.

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