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“Em eleição que promete ‘vale-tudo’, Caucaia corre risco de terra sem lei”

Nicolau Araújo é jornalista

Desde que o Coronel Aginaldo (PL) anunciou sua pré-candidatura à Prefeitura de Caucaia, a oposição ao prefeito Vitor Valim (PSB) perdeu o rumo do discurso o qual considerava eficiente, empregado há alguns meses com base em fake news, achismo, cultura do ódio e informações desencontradas.

A fragilidade dos opositores Naumi Amorim (PSD), ex-prefeito de Caucaia; Deuzinho Filho (União Brasil), atual vice-prefeito; e Emília Pessoa (PSDB), deputada estadual e ex-secretária de Educação na atual gestão; foi exposta com uma já polarização entre Vitor Valim e Coronel Aginaldo.

Enquanto Valim emprega o discurso do maior programa de gratuidade no transporte público no país, da valorização do servidor público, dos tablets para todos os alunos da rede municipal de ensino e dos notebooks para todos os professores, da construção da UTI no hospital municipal, do resgate do potencial turístico e do incentivo ao setor de serviços, da valorização da cultura local e de obras estruturantes, como a construção dos espigões e das alças do anel viário, além de outras obras em andamento, como o camelódromo e o mercado da Jurema, o candidato do PL se vale unicamente do discurso da segurança pública, indiferente às melhorias dos índices de Caucaia, que saiu da incômoda posição de segunda cidade mais violentas do país para a vigésima nona.

Apesar do desvio de foco no discurso de Aginaldo, pois a segurança pública em qualquer atuação de município brasileiro acontece por meio de políticas públicas e não por ações ostensivas, o candidato do PL conseguiu se firmar como “oposição legítima” pela falta do debate da gestão de Caucaia, por parte de Naumi, Emília e Deuzinho, que nunca se pronunciaram sobre ônibus de graça, espigões ou obras estruturantes, quando optaram pela estratégia de “quanto pior, melhor”.

Naumi não conseguiu justificar o motivo pelo qual não entregou os espigões e obras estruturantes, quando então prefeito e aliado do então governador Camilo Santana.

Emília inventou um empréstimo de R$ 60 milhões, por parte da gestão, e criticou sem argumentar o projeto da venda de alguns terrenos da Prefeitura para a compra do Colégio Luzardo Viana, para a pavimentação de todas as vias onde circulam o transporte público e para cobrir o rombo histórico na previdência municipal. A deputada ainda mostra amadorismo na estratégia política, quando se coloca na condição de aliada do governador Elmano, ao não perceber que nunca terá o apoio do Palácio da Abolição a uma eventual candidatura à Prefeitura, pois se encontra em um partido de oposição. Emília também corre o risco de sequer receber o apoio do próprio PSDB, em 2026, que poderá apoiar uma candidatura com “fidelidade partidária”.

Já Deuzinho é o que se pode chamar de “candidatura frankenstein”, pois, além do discurso propor o horror, é um remendo de oposição com participação na gestão, por sua própria condição de vice-prefeito, quando recebe verba para tocar a vice-prefeitura, repasse que não seria uma obrigação do gestor.

Deuzinho instalou em Caucaia o “gabinete do ódio” contra Valim, quando produz fake news e curte fake news de sites de notícias e jornaizinhos sem a responsabilidade de jornalistas. Ao sentir a perda do apoio dos poucos eleitores da direita em Caucaia, com a chegada de Aginaldo, o vice-prefeito agora se vale de uma “terra sem lei” que já merecia a atenção do Ministério Público e do Tribunal Regional Eleitoral, diante de possíveis atrocidades com o dinheiro público.

No lançamento de sua pré-candidatura, nesse sábado, dia 2 de dezembro, com um público reduzido e, mesmo assim, formado na maioria de pessoas de Fortaleza, levadas pelo presidente estadual do União Brasil, Capitão Wagner, Deuzinho tentou se manter como “o opositor” ao denunciar irregularidades na Prefeitura, às quais ele mesmo diz ter compactuado. Em resumo, o Ministério Público tem um réu confesso. Cabe agora buscar provas contra os denunciados pelo vice-prefeito, que parece disposto a uma delação premiada.

Entre os apoiadores de Deuzinho está o deputado federal Danilo Forte, o parlamentar que praticamente quebrou estados e municípios com a sua proposta de redução no índice do ICMS, ao pegar carona na política populista do bolsonarismo. Agora, o presidente Lula busca reparar os danos causados por Danilo Forte. Empunhando um discurso de ética, Danilo ainda busca justificar a liberação de verbas da Funasa, ao atestar como prontas “obras inacabadas, apesar de evidências de superfaturamento, fraudes em licitações e desvio de dinheiro”, conforme denúncia na revista Época e no site Congresso em Foco, em agosto de 2007, e ainda no Estadão, na edição de 8 de novembro de 2009.

Sem atentar que foram atropelados pela pré-candidatura do Coronel Aginaldo, os também pré-candidatos de oposição Naumi, Emília e Deuzinho seguem na política do “vale-tudo”, cedendo seus espaços para o escolhido do PL, que vai se inteirando dia a dia onde fica Caucaia…

Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido

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