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“Espelhos e Sombras: O Reflexo do Ser!”

Maurício Filizola é empresário e diretor do Sincofarma/CE

“Buscamos ser como o Narciso, consumidos pela própria imagem refletida, ou como o sábio, que entende que sua sombra é tanto parte de si quanto aquilo que o espelho é incapaz de mostrar?”, aponta em artigo o empresário Maurício Filizola. Confira:

Em um mundo onde espelhos e sombras coexistem, a vaidade e o reconhecimento travam um duelo eterno, refletindo as complexidades da alma humana. Os espelhos, com suas superfícies polidas, são os depositários da vaidade, onde muitos se perdem admirando apenas o que desejam ver. Eles são os mestres da ilusão, apresentando uma imagem distorcida do verdadeiro eu, alimentando um ego insaciável que se embriaga em sua própria imagem.

Por outro lado, as sombras, silenciosas e discretas, são a morada do reconhecimento genuíno. Elas não mentem, mostrando-nos não apenas como somos, mas também como o mundo nos vê. Na ausência de luz, a sombra desaparece, assim como o reconhecimento desvanece quando não é acompanhado pela substância verdadeira de nossas ações.

A metáfora da luz que tanto revela a sombra quanto ilumina o espelho é crucial aqui. Sem luz, não há vaidade nem reconhecimento, apenas escuridão. Mas é a qualidade da luz que determina o que será visto: uma luz brilhante e direta pode cegar o espelho, fortalecendo a vaidade; já uma luz suave e difusa pode revelar a verdadeira extensão da sombra, permitindo o reconhecimento.

Neste duelo, emerge a questão: buscamos ser como o Narciso, consumidos pela própria imagem refletida, ou como o sábio, que entende que sua sombra é tanto parte de si quanto aquilo que o espelho é incapaz de mostrar? Viver na superfície brilhante do espelho é ignorar as profundezas inexploradas que as sombras podem revelar.

A vaidade, como um espelho traiçoeiro, pode nos manter prisioneiros em uma câmara de ecos, onde os aplausos e elogios são apenas repetições de nossa própria voz. O reconhecimento, no entanto, é a sombra que se alonga ao entardecer, um sinal de que nossa existência impactou o mundo de forma significativa, deixando uma marca que perdura além da luz do dia.

No fim, talvez o segredo esteja em equilibrar o brilho com a penumbra, reconhecendo que tanto o espelho quanto a sombra são partes integrais de quem somos. É nesse equilíbrio que reside a verdadeira essência do reconhecimento: a capacidade de ver e ser visto não apenas por como aparecemos, mas por quem realmente somos quando ninguém está olhando.

Maurício Filizola é empresário e presidente do Sincofarma-CE

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