De uma maneira simplificada, a Estrutura de Capital está relacionada a forma como uma empresa financia suas operações através de diferentes fontes.
É muito importante que conheçamos sobre a estrutura de capital das empresas pois, em função da volatilidade do mercado, é necessário se poder adotar o melhor caminho perante as incertezas que se apresentarem. Daí a necessidade que todas as organizações possam construir estratégias claras a fim de se manter a valoração do negócio, sempre tendo à mão o cálculo da sua estrutura de capital devidamente atualizado.
Objetivo de se conhecer a Estrutura de Capital
Ter conhecimento da estrutura de capital de um negócio é fundamental visto que, se tem muita dificuldade em se calcular o real custo de capital da empresa, por tanto se objetiva deixar à mostra, o que o negócio está fazendo com seus diferentes tipos de recursos.
Importante salientar que as empresas são compostas por duas origens de capital: Interno (proveniente dos investimentos dos sócios) e externo (empréstimos e financiamentos).
Diferenciação entre Estrutura Financeira e Estrutura de Capital
Os dois termos estão relacionados entre si, porém possuem diferentes características.
A estrutura de capital está contida na estrutura financeira;
Ambas estruturas são importantes e estão presentes no balanço financeiro de uma empresa. Contudo, a de capital está relacionada aos acionistas e passivos não correntes e a financeira às ações e passivos.
Subdivisão da Estrutura de Capital
A – Capital Social
Também chamado de Capital próprio, se refere ao dinheiro que os sócios aportam no início das operações do negócio. Tal valor é determinado em comum acordo entre os investidores, e pode sofrer variações de acordo com os custos fixos e variáveis, os juros e as projeções de receitas.
B – Capital de Terceiros
O capital de terceiros já faz referência ao dinheiro contraído pela empresa por meio de empréstimos e financiamentos. Geralmente faz referência às instituições financeiras. Logo, tais valores são adicionados de juros que correspondem ao aluguel do capital recebido pelas instituições que forneceram os empréstimos e os financiamentos.
Importante comentar que há uma certa redução de imposto de renda na utilização deste capital de terceiros, mas é muito importante se controlar a finalidade, o volume e o custo destas tomadas de capital para não prejudicar a operação do negócio.
É aconselhável procurar manter o (ROA) Retorno sobre os Ativos sempre maior do que o WACC (Custo do Capital de Terceiros).
Funcionamento da Estrutura de Capital
A exposição da estrutura de capital está presente no balanço patrimonial da empresa. É possível se destacar a classificação das fontes de recursos como: ações preferenciais e ordinárias e endividamento de longo e curto prazo. Saber equilibrar as fontes de capital é um dos grandes desafios.
Vejamos: em um quadro de juros baixos, podemos ter a visão de que o capital externo se torne mais barato. Assim, se torna mais vantajoso do que o capital próprio. Crucial se compreender que, ter uma estrutura de capital composta de muitas dívidas pode ser um problema para os investidores.
Nesta posição, a empresa pode tanto atrair mais investidores ao gerar uma expectativa de crescimento, como afastar os investidores já que o cenário gera uma incerteza. Entretanto, as dívidas (financiamentos e empréstimos) são importantes para muitas empresas, já que a partir delas é possível iniciar e crescer negócios.
Um outro ponto de vista é que as dívidas podem proporcionar vantagens fiscais, uma vez que ocorre o abatimento do Imposto de Renda no pagamento dos juros da dívida.
Elementos que podem modificar a estrutura de capital de uma empresa
Componentes externos e internos podem interferir na estrutura de capital, como por exemplo:
a) Lucratividade
Mais lucratividade, representa maior probabilidade de a empresa conseguir financiamentos e empréstimos.
b) Crescimento potencial
Maior capacidade de crescimento implica em maior necessidade de se contrair capital externo para suportar a expansão.
c) Volatilidade
Quanto maior for a volatilidade de um negócio, maiores serão as dificuldades de se conseguir capital externo.
d) Tamanho do negócio
Maiores companhias, maiores chances de capitar capital externo, aumentando o endividamento.
e) Oportunidade de crescimento
Boas oportunidades de crescimento podem impactar na captação de recursos externos.
Indicadores de Estrutura de Capital
Objetivam avaliar o nível de dependência que a empresa tem de fontes internas e externos de capital para desenvolver suas atividades operacionais.
Possibilitam o comparativo entre diferentes empresas para compreender como se deve fazer uma gestão de endividamento mais segura.
Principais Indicadores
1. Endividamento Geral
Avalia qual a proporção da dívida com relação ao capital próprio e ao capital de terceiros.
Fórmula:
Endividamento Geral = (Passivo Total) / (Patrimônio Total)
2. Endividamento com terceiros
Mensura a parcela das dívidas de uma empresa com relação ao seu capital próprio, deixando de incluir as obrigações de curto prazo.
Fórmula:
Endividamento com Terceiros = (Passivo Não Circulante) / (Patrimônio Líquido)
## O Passivo Não Circulante inclui dívidas de longo prazo, como empréstimos, títulos e financiamentos.
3. Composição do endividamento
Está relacionada com a distribuição das dívidas em diferentes tipos de credores, permitindo uma avaliação mais objetiva sobre as diferentes fontes de financiamentos de terceiros no passivo total da empresa.
Fórmula:
Composição do Endividamento = (Valor de um tipo específico de dívida) / (Passivo Total)
4. Imobilização de recursos não correntes
Permite compreender o quanto a estrutura de ativos da empresa está direcionada para áreas não relacionadas ao negócio central
Fórmula:
Imobilização de Recursos Não Concorrentes = (Ativos Não Circulantes Não Operacionais) / (Ativos Totais)
Uma resposta
Um excelente artigo,vasto conhecimento no mercado ,parabéns e obrigada por compartilhar .