Com o título “Fornicação da crente”, eis mais um conto da lavra de Francisco Caminha, escritor e ex-deputado estadual.
Confira:
Você já recebeu a visita daqueles pregadores porta a porta anunciando a salvação e o Evangelho?
Pois, vou te contar uma história de um deles, logicamente, que eu vou omitir os nomes para preservação das identidades.
O pastor visitou uma família de um bairro na periferia da cidade. Falou do amor de Jesus, aos poucos toda família e vizinhos estavam convertidos.
As reuniões começaram nas casas e depois foi crescendo o número de pessoas até que decidiram alugar um galpão e instaurar a igreja.
Estive lá algumas vezes e fui até convidado para dar uma mensagem ao público. O local era simples, mas tinha um louvor e um fervor muito grande pelo entusiasmo da novidade.
O braço direito do pastor é uma amiga minha que passou a auxiliá-lo nos cultos. Trata-se de uma pessoa carismática, alegre, decidida, muito objetiva e passional.
Certa vez o pastor a questionou assim:
– Irmã, há quanto você está com esse namorado?
– Nosso namoro tem uns 2 anos anos pastor. Por que a pergunta?
– Vocês tem relações íntimas?
– Lógico pastor, é meu namorado.
– Mas irmã, você agora é crente não pode viver no pecado da fornicação. Vai ter que pedir perdão a Deus e casar. Será uma alegria celebrar a sua união nos laços do santo matrimônio.
– Pastor, por favor, me poupe, não invente de colocar essa doutrina aqui na igreja, porque eu conheço a vida de todo mundo aqui. Todas as solteiras e solteiros na nossa igreja fodem, inclusive sua filha. Se o senhor impor isso, essa igreja acaba e o senhor fica desempregado.
O pastor assustado, ficou calado e nunca mais tocou no assunto.
*Francisco Caminha
Escritor e ex-deputado estadual.