“Imprensa autoritária, contenção, enquadramento, golpe ou ditadura, um glossário rico de procedimentos já testados no passado”, aponta o cientista político Paulo Elpídio de Menezes Neto. Confira:
O Poder Moderador correspondia, outrora, a uma freada de arrumação. Na Constituição ou no pedal do freio servia para pôr ordem na bagunça dos coletivos. Coletivos de passageiros, em ônibus ou em carroçaria de caminhão, ou de respeitáveis cidadãos.
Na ciência política houve quem usasse a metáfora da teoria dos “freios e contrapesos”, “checks and balances systems theory”, e na linguagem popular, como sabemos, sabemos— freio de arrumação. Imprensa autoritária, contenção, enquadramento, golpe ou ditadura, um glossário rico de procedimentos já testados no passado.
Com a extinção do Poder Moderador, antes que caísse em mãos indesejáveis, só restaram os “freios e contrapesos”, ainda sem bula e carecidos de indicações terapêuticas adequadas.
Temem alguns recalcitrantes democratas, que os há à solta e nas prisões de segurança máxima do Rio Grande do Norte, que a matéria venha a ser regulada para que sejam fixados os critérios e requisitos para o emprego adequado dos “freios e contrapesos”, ou em linguagem corrente dos freios de arrumação para a correta governabilidade dos brasileiros e das populações originárias, que coabitam estes espaços conosco.
Paulo Elpídio de Menezes Neto e cientista político, professor, escritor e ex-reitor da UFC