Funcionamento da Política Monetária – por Fabiano Mapurunga

Presenciamos em nosso cotidiano, um impacto direto em nossos bens e serviços de consumo, ocasionado pelos efeitos inflacionários.

Um dos papéis do Banco Central é justamente, o controle da inflação, e para tanto ele é responsável pela política monetária, que vem a ser o conjunto de medidas a serem tomadas para manter o controle sobre a economia do país. Tal política promove o estimulo ou desestimulo ao consumo de bens e serviços.

No início de cada ano, o Banco Central estipula um regime de metas de inflação, delimitando uma margem de tolerância para cima e para baixo. Então passa a executar um conjunto de medidas, com o objetivo de se atingir tais metas.

Com o objetivo de controlar o aumento ou a diminuição da quantidade de moeda em circulação, passam então a serem utilizados os seguintes instrumentos de política monetária:

– Depósito compulsório: utilizado pelo BACEN para conseguir reter uma parte do dinheiro da economia através dos bancos comerciais. Sendo assim o mesmo pode resolver baixar ou subir a taxa conforme o cenário econômico.

O efeito é o seguinte: quando o depósito compulsório sofre aumento, os bancos passam a ter menos capital para emprestar à população, resultando em uma diminuição na circulação de moeda (política restritiva). Em caso o valor seja reduzido, os bancos podem então emprestar mais (política expansionista).

– Redesconto Bancário: taxa de redesconto tem relação com os juros que o BACEN cobra dos bancos comerciais, que estão apresentando problemas de liquidez de caixa e que necessitam de empréstimos para seguir com suas operações. O redesconto é muito utilizado em uma política expansionista.

– Open Market: vem a ser o ambiente onde o banco central de cada país promove o controle da circulação do dinheiro, através da compra e venda de títulos públicos com os demais bancos. Em resumo quando o nosso BACEN realiza a venda de títulos, temos uma redução na oferta de moeda, configurando um cenário de política restritiva.

Por outro lado, quando o BACEN compra títulos, ele acaba injetando mais dinheiro na economia, estimulando o consumo, ou seja, tratando de uma política expansionista.

Como é fundamentada uma política monetária?

O BACEN (Banco Central) tem o papel de controlar a emissão de moeda em circulação, por meio do COPOM (Conselho de Política Monetária) que define a taxa básica de juros Selic, e o CMN (Conselho Monetário Nacional) normatiza as ações do BACEN. Logo, podemos dizer que as medidas tomadas pelo BACEN visam se estabelecer o equilíbrio econômico. Podemos notar que se a inflação apontar alta, o BACEN pode tender a subir a Selic, a fim de tentar diminuir a oferta de moeda, buscando assim o controle inflacionário.

Importante citar que, a inflação vem a ser o resultado do excesso do volume de moeda em circulação, que acaba provocando a elevação da demanda frente à oferta, promovendo o aumento sistêmico de produtos e serviços.

Qual a real importância da política monetária?

Ela tem impacto direto sobre os investimentos e o poder de compra da população, pois implica em modificações no valor da moeda refletindo nos preços dos produtos e serviços. política monetária.

Como são classificas as políticas monetárias?

Existem dois tipos: a expansionista e a restritiva. O investidor precisa ficar muito atento pois afeta diretamente o retorno dos seus investimentos. Qualquer alteração já de pronto modificará o comportamento dos ativos de renda fixa, conforme as alterações na Selic.

Importante salientar que a Selic se liga diretamente à inflação e que, dependendo do aumento desta, o investidor prejuízos em seu ganho nominal. A inflação corrói o poder de compra, se o retorno dos ativos não for superior ao aumento de preços.

Vamos entender os tipos:

1 – Política Expansionista

Empregada quando um país está passando por crise ou recessão econômica, pois visa estimular o consumo.

Nesta modalidade é normal haver uma redução da taxa de juros, a fim de se facilitar o acesso ao crédito. Pode também haver uma redução da taxa de depósito compulsório, uma maior flexibilidade no redesconto e até compra de títulos públicos. Haverá então uma maior procura por bens e serviços, porém isso também pode acarretar uma tendência de aumento nos preços. Podemos dizer então que, a consequência direta do estímulo ao consumo, é a inflação.

2 – Política Contracionista

É utilizada quando o país busca reduzir a inflação interna. De pronto já se tende a aumentar a taxa de juros, pois assim o consumo passará a ser desestimulado, promovendo uma parada na elevação dos preços.

A fim de se reduzir a circulação de moeda, é possível também se promover a venda de títulos públicos, aumentar a restrição do redesconto, aumentar a taxa do depósito compulsório e subir a Selic. A grande desvantagem desse tipo de política, é a queda do PIB.  

Por tanto, podemos ver a importância da política monetária perante o controle da inflação e o quanto isso contribui para o nosso crescimento econômico.

Fabiano Mapurunga: Fabiano Mapurunga é Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Finanças pela Unifor, Pós-Graduado em Gestão de Negócios pelo INSPER, MBA em Gestão Financeira e Controladoria pela FGV, MBA em Agronegócios pela USP/ Esalq e Graduado em Administração de Empresas pela UFC. Possui experiência de 23 anos na área de Finanças Corporativas. Atualmente trabalha com inovação e consultoria financeira para empresas nacionais, além de se dedicar a novos negócios e investimentos. É professor universitário em cursos de Pós Graduação e autor de vários artigos.

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