“Moses tem todo o direito de expressar a sua opinião. Ele pode iludir-se e iludir ou acreditar que ilude”, aponta o jornalista Norton Lima Jr. Confira:
O Ceará é assim: depois que um debocha, o resto avacalha. Bastou o Capitão Wagner aparecer como “cavalo paraguaio”, em uma revista nacional (Veja, 20/5), que logo a pecha espalhou. E, como andar com porcos é comer farelos, por simbiose, quem segue o “cavalo paraguaio” virou “cocô do cavalo paraguaio”.
É o caso do confuso deputado federal Moses Rodrigues — PMDB (2011-2013); PPS (2013-2016); MDB (2016-2022); UNIÃO (2022).
Não tenho procuração dos queridos amigos do querido blog do Eliomar, um dos poucos espaços independentes e livres de censura no Ceará, mas não preciso.
Repudio e lamento a covarde chicotada do faraônico Moses contra Eliomar, um escravo da notícia.
Por certo, outros também repudiarão e lamentarão, porque foi covarde Moses. Bateu por achar Eliomar pequeno. Não é. É o maior. É quem hoje agrega a massa crítica do Ceará, portanto, merece respeito, incentivo e não ataques intimidatórios, difamatórios, caluniadores e irresponsáveis.
Fakenews é dizer, como disse Moses, que um candidato em queda (como o Capitão Wagner) lidera com folga todas as pesquisas eleitorais em Fortaleza.
Wagner, o capitão que nunca comandou um batalhão, foi quem mais caiu na pré-campanha. Nas contas mais otimistas caiu da casa dos 40 pontos para a casa dos 30 pontos; nas contas mais realistas, caiu dos 40 para os 20.
Moses Rodrigues, um desses deputados quase biônicos do Ceará, eleito sem apelo popular, sem personalidade política, sem nada liderar. Não fosse o tirocínio do pai seria um Zé Ninguém.
O pai é Oscar Rodrigues, um self-made man da zona norte, que do nada montou uma estrutura empresarial que, dentre outras façanhas, tornou área nobre a margem direita do Acaraú em Sobral, dinamizando todo o bairro Dom Expedito.
Oscar Rodrigues tem o dom. E ao filho sem dons, resta querer ter (pela força do pai) o domínio.
Moses tem todo o direito de expressar a sua opinião. Ele pode iludir-se e iludir ou acreditar que ilude. Pode até mesmo mentir dizendo que WC tem as melhores propostas, como a do FBI cearense, ridicularizada nas urnas. O que Moses não pode é usar como usou a sua força política e econômica para deprimir um jornalista que apenas faz jornalismo.
Isso não pode. Também não pode ficar agressivo, em surto esquizofrênico, porque alguém lembrou o inconsciente que ele “esqueceu” que não pode liderar uma disputa quem está em flagrante queda até nas pesquisas de plano amostral temerário.
Seja no voto estimulado; na projeção do voto estimulado; na projeção do voto indeciso; dentro da margem de erro (a do Paraná Pesquisa é acintosa); na projeção de votos válidos x votos totais, na pré-campanha para prefeito de Fortaleza, o Capitão (aposentado) Wagner foi o que mais despencou; Sarto não reagiu, ficou estacionado, sem conseguir sequer conquistar o voto de quem acha sua administração ótima e boa; Evandro Leitão ainda não decolou; e André Fernandes está nadando de braçada.
Foi isso que irritou Moses. “André já comeu o Capitão na espontânea e, adiante, o fará na estimulada”, diz em off um dos grandes analistas de eleições no Brasil, após chancelar o plano amostral do instituto pernambucano SIMPLEX.
Moses vê minguar o malogro. Está mais forte a narrativa que emplaca Capitão Wagner como Capitão Moroni, Moroni 2.0; como Capilôra (porque tenta atrair o voto da Luizianne Lins), como Capitão Júnior (porque imita o apresentador João Inácio Jr em suas dancinhas pela cidade).
O Sindicato dos Jornalistas deveria pedir explicações sobre a fala injusta do deputado, porque hoje acusam Eliomar, mas amanhã esse mesmo dedo injusto vai tentar intimidar todos nosotros.
Norton Lima Jr. é jornalista