Com o título “Não se brinca com tradição”, eis artigo de Ernesto Antunes, consultor empresarial e autor do livro “Empreendedorismo: causos e cases de sucesso”.
Confira:
Ao acompanhar na semana passada nos noticiosos e sites do Brasil e até do exterior, sobre o vazamento de uma camisa de cor vermelha da Seleção Brasileira de futebol, que seria usada na Copa do Mundo de 2026, fiquei refletindo, após ler e ouvir dezenas de comentários, a maioria contra essa invenção, provavelmente autorizada pela CBF. Isso, depois de ouvir pessoas sensatas da comunicação e desportistas expoentes de transmissões futebolísticas, como Galvão Bueno, Walter Casagrande e até o narrador Kleber Machado, que foram categóricos em afirmar que não concordavam com essa possível mudança na cor do uniforme de nossa canarinha.
Alguns falavam de tradição, cultura e até valores intrínsecos que não se poderiam mudar por um simples desejo unilateral ou uma canetada, pois histórias, imagens e tradição, segundo o pai do Marketing 4.0, Philipe Kotler, podem levar mais de 5 anos para serem internalizados pelas pessoas. Até jogadores de futebol renomados e campeões pela seleção, como Cafú e Romário, foram incisivos contra a mudança e falavam que a camisa amarela era uma espécie de “manto sagrado”, que representa o Brasil e as cores de nossa bandeira no mundo.
Depois da grande repercussão, onde quase 90% das pessoas consultadas eram contra a mudança da cor da camisa, a própria CBF se manifestou com uma nota, afirmando que essa publicação da possível nova camisa não era oficial e que a entidade afirmava que manteria as camisas amarela e azul para a próxima Copa. Depois de todo o ocorrido, a CBF, que já está manchada com uma série de escândalos, ficará marcada por mais uma mancada, oficial ou extraoficial, onde se levantaram até questões políticas. O partido que governa o Brasil tem o vermelho como sua cor.
Não quero acreditar que essa ideia tenha sido baseada na questão ideológica. Fica difícil imaginar que alguém queira mudar as cores de um símbolo nacional por desejo de alguns mais radicais. Outros mais entendidos em leis, dizem que qualquer mudança tem que ser alterando o Estatuto e ainda com a aprovação do Conselho Deliberativo da entidade, o que precisa ter forte razão, justificada para tal mudança. Relatando o fato para pessoas que atuam com ritos institucionais, elas dizem que a tradição não pode ser quebrada com uma “varinha de condão”, pois existem instruções que regem essas determinações e precisam ser respeitadas.
Após toda essa celeuma, fiquei contabilizando o tempo que nós, brasileiros, perdemos, quando poderíamos ter discussões mais efetivas e inteligentes como os problemas econômicos atuais do Brasil, que exigem uma mudança de rumo.
Portanto, como diz categoricamente a escritora Vanessa Ruama – “Não há nada de errado em ser você mesmo” ou “Mudar, apenas se preciso for…”
*Ernesto Antunes
Consultor Empresarial e autor do Livro: Empreendedorismo Causos e Cases de Sucesso.