O prefeito de Caucaia, Naumi Amorim (PSD), determinou nesta segunda-feira (16) o retorno das catracas do Bora de Graça, maior programa municipal da gratuidade nos ônibus do país. Apesar do esvaziamento do Bora de Graça, implementado pela gestão anterior, desde setembro de 2021, quando Naumi retirou R$ 1 milhão do contrato com a Empresa Vitória, o que acarretou na redução da oferta dos coletivos, maior tempo de intervalo de espera dos usuários e distanciamento entre as paradas, a Prefeitura assegura que a volta das catracas seria apenas para um levantamento do número diário de passageiros.
“Estamos fiscalizando o serviço e realizando estudos, com o objetivo de coletar dados sobre o número real de passageiros e garantir mais transparência aos custos financeiros do sistema”, disse a Prefeitura em nota.
A medida, no entanto, levantou desconfiança por parte da população de Caucaia, que sente a cada dia o fim do Bora de Graça.
“Primeiro reduziu o número de ônibus, agora vai instalar as catracas kkkkk espera pra ver kkkk”, disse o usuário de ônibus, Igor Silva, no Instagram da Prefeitura.
“O golpe taí, cai quem quer”, apontou Emanuelly Moreira, analista de RH.
“Coloca a catraca livre de cobrança pra fazer estudos. Depois vão dizer q não tá compensando pra prefeitura aí, vão dizer q vai dar um ‘subsidio’ em q a empresa vai lucrar mais e o passo seguinte é a cobrança associado ao subsídio onde a empresa continua ganhando e o povo pagando mais uma conta”, avaliou a professora Ângela Nóbrega.
Até os defensores do retorno da cobrança da passagem entendem que a volta das catracas é mais um passo para o fim do Bora de Graça.
“Que volte (sic) as passagens, só assim vamos ter um público mais filtrado e não a bagunça que está”, comentou a técnica de Paisagismo, Deborah Silva.
Alto custo político
Com base nas críticas ao Bora de Graça do então pré-candidato e depois candidato Naumi, artigo no Blogdoeliomar, nos primeiros dias do prefeito eleito Naumi Amorim, já apontava o objetivo do atual gestor pelo esvaziamento e fim do Bora de Graça, diante do alto custo político de um programa que poupa a renda do trabalhador e aquece o comércio e o turismo em Caucaia,
“O prefeito Naumi Amorim sabe que o Bora de Graça possui um alto custo. Não financeiro, mas político“, ressaltou o artigo publicado no dia 4 de janeiro.
(Colaboração do jornalista Nicolau Araújo)