Com o título “O Brasil na Era das Blindagens”, eis artigo de Fabrício Moreira, advogado e contista. “Agora surge a vez do STF – Supremo Tribunal Federal, com uma decisão isolada do Ministro Gilmar Mendes, que reconheço como um dos mais preparados da Corte, mas que trouxe preocupação ao país. A reação novamente foi imediata. Ao mesmo tempo, também não é razoável que Câmara e Senado tentem, a cada oportunidade, levantar pedidos de impeachment contra Ministros do Supremo por motivações políticas”, expõe o articulista.
Confira:
Sempre fui contra privilégios em filas, estacionamentos, bancos e outros serviços, exceto para idosos, cadeirantes e gestantes. Houve um tempo em que tentaram aprovar aqui em Icó uma lei municipal para que advogados não enfrentassem fila em bancos. Fui contra e continuo sendo.
A História já mostrou o absurdo que é criar divisões artificiais. O Muro de Berlim separou famílias e se tornou um símbolo de vergonha para o mundo. Agora, vemos novos sinais de distanciamento entre representantes e representados.
Na Câmara Federal, deputados de direita, acompanhados por alguns da esquerda, tentaram criar um tipo de “blindagem para evitar processos”. Seriam figuras intocáveis.
O Brasil reagiu e disse não, e eles recuaram.
Agora surge a vez do Supremo Tribunal Federal (STF), com uma decisão isolada do ministro Gilmar Mendes, que reconheço como um dos mais preparados da Corte, mas que trouxe preocupação ao País. A reação novamente foi imediata. Ao mesmo tempo, também não é razoável que Câmara e Senado tentem, a cada oportunidade, levantar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo por motivações políticas.
Vivemos um dos momentos mais tensos da nossa história recente, agravado desde que Bolsonaro chegou à Presidência da República. É o País das redes sociais, dos vídeos editados e da máxima que parece definir tudo:
“Se correr o bicho pega; se ficar o bicho come”.
*Fabricio Moreira
Advogado e contista.