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“O Pardieiro” – Por G. Teixeira

Gera Teixeira é empresário. Foto: Divulgação

“O pardieiro não se constrói do dia para a noite. Ele nasce da naturalização do absurdo. Do silêncio cúmplice. Da normalização da ladroagem travestida de articulação política”, aponta o empresário Gera Teixeira

Confira:

O Congresso Nacional, salvo raras e honrosas exceções, tornou-se um ambiente hostil para quem ainda se orienta por decência, moral e ética. Não é um espaço de ideias em disputa, mas um terreno de sobrevivência onde princípios costumam ser tratados como estorvo.

Ali, o mandato frequentemente deixa de ser representação para virar negócio. O voto, que deveria carregar responsabilidade histórica, transforma-se em moeda de troca. Emendas substituem projetos. Cargos substituem convicções. A retórica pública fala em povo, enquanto a prática privada negocia privilégios. O interesse coletivo entra apenas como figurante de um enredo repetido.

O pardieiro não se constrói do dia para a noite. Ele nasce da naturalização do absurdo. Do silêncio cúmplice. Da normalização da ladroagem travestida de articulação política. Rouba-se com discurso técnico, com parecer jurídico, com voto nominal e sorriso protocolar. Tudo dentro da forma, quase nada dentro da moral.

Nada disso contribui para o país. Ao contrário, diminui. Diminui a confiança, a credibilidade institucional, o respeito internacional e, sobretudo, a esperança do cidadão comum. O Congresso deveria ser a casa do debate elevado. Tornou-se, em muitos momentos, a vitrine do atraso.

Quando a política se afasta da ética, o Estado apodrece por dentro. O pardieiro não é apenas físico ou simbólico. É moral. E enquanto ele existir, qualquer projeto de nação seguirá comprometido, pois país nenhum se ergue sobre ruínas éticas sem pagar um preço alto.

Gera Teixeira é empresário

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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