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“O Porquê das Coisas”

Ernesto e seu livro. Foto: Diivulgação

Com o título “O Porquê das Coisas”, eis artigo de Ernesto Antunes, consultor empresarial e autor do livro “Empreendedorismo: Causos e Cases de Sucesso”. Eis um articulista cheio de dúvidas sobre o presente. Em todos os sentidos.

Confira:

Lendo os noticiários deste início de ano, tenho ficado com mais dúvidas do que certezas, principalmente em relação à economia do nosso Brasil. Enfim, o que vai acontecer com quem
usa o Pix? O que vai ocorrer com as metas da inflação? Por qual razão o dólar continua subindo?

Também ando cheio de dúvidas que ninguém consegue responder ou explicar sobre o cotidiano que vivemos, como, por exemplo, por que cada vez mais policiais têm sido mortos por bandidos em nosso país? Quando vamos realmente conseguir andar de metrô em Fortaleza? Na política, também pairam dúvidas que não querem calar, como o motivo de políticos do alto escalão continuarem, inexplicavelmente, a indicar parentes para cargos públicos, até mesmo vitalícios, sem levar em consideração a meritocracia e a competência.

Não vejo nos jornais ou blogs uma explicação para o aumento considerável da pobreza em nosso país, onde cada vez mais as pessoas enfrentam dificuldades e continuam a depender de minguados benefícios do governo. Na educação, também há dúvidas que nenhum analista aprofunda em seus comentários e informações, como o fato de a qualidade do nosso ensino ter piorado muito. Segundo uma pesquisa, apenas 15% das pessoas leem conteúdos considerados relevantes.

Por que, na música, as grandes atrações são cantores e músicos que considero de baixa qualidade, como o neófito João Gomes e o Nathanzinho, do “Hoje Tem Cabaré”, quando já tivemos o auge de Fagner, Belchior, Zé Ramalho, Marisa Monte? Na cultura, quem vai substituir os grandes humoristas que tivemos, como Chico Anysio, Jô Soares e até o trapalhão Renato Aragão, que chegou aos 90 anos sem sucessor? Quem, hoje, realmente nos faz rir, além dos fatos pitorescos da política e do nosso dia a dia com os filhos?

Também não consigo enxergar a razão de nossa Seleção não emplacar no futebol, especialmente quando conseguimos perder para o Peru e a Bolívia, países contra os quais, em épocas áureas, a turma do Pelé e companhia, Ronaldo e companhia, goleava sem piedade. Não vejo, também, nos noticiários que leio diariamente, uma estratégia ou inteligência clara para frear o avanço dos grupos criminosos, onde todos parecem ficar em cima do muro para não se comprometerem.

Não consigo distinguir, em muitos noticiários, o que é realmente verdadeiro ou falso, mesmo quando a fonte é confiável. Até as notícias plantadas são divulgadas, sem aprofundamento,
especialmente quando o mesmo político tem versões e opiniões diferentes sobre a mesma situação. Enfim, em quem devemos acreditar? Também não vejo ninguém responder ou explicar qual é a política local para reduzir os impactos ambientais, quando, na realidade, o que estamos vendo é o aumento descontrolado de veículos de aplicativos, contribuindo para os engarrafamentos e a poluição do ar que respiramos, enquanto só existem relatos infundados sobre o assunto.

Além disso, não tenho respostas sobre políticas públicas voltadas para a preservação de prédios ou monumentos históricos da cidade. Não podemos apagar a história. Por que, mesmo com o Sebrae, Senai, Senac e outras instituições atuando fortemente na qualificação e capacitação dos profissionais de mercado, a mortalidade das empresas tem aumentado, com a maioria não conseguindo ultrapassar os cinco anos de vida? Enfim, é preciso que os analistas de plantão realmente contribuam com respostas condizentes para essas questões, ou ficaremos eternamente com dúvidas ou respostas infundadas.

*Ernesto Antunes,

Consultor Empresarial e autor do livro “Empreendedorismo: Causos e Cases de Sucesso”.

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Respostas de 2

  1. Perfeito. Não podemos esquecer que somos o país do BBB e portanto, andamos sem realmente saber das coisas.

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