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“O que Luizianne e Luzia Homem têm em comum?”

Veveu Arruda, ex-prefeito de Sobral e marido de Izolda Cela. Foto; Arquivo

Com o título “O que Luizianne e Luzia Homem têm em comum?”, eis artigo de Clodoveu (Veveu) Arruda, professor, advogado e ex-prefeito de Sobral (Zona Norte). “Ela vai quebrando os tijolos que “Luzia Homem” carregava nos ombros, como uma parede que limita a presença feminina no protagonismo político. Apesar dos pedreiros insistirem em fortalecer o muro da exclusão feminina na vida política”, expõe o articulista.

Confira:

Luzia Homem, personagem do livro escrito por Domingos Olímpio com o mesmo nome, encarna uma realidade mítica de uma mulher que existiu mesmo. Ela carregava uma parede nas costas para fazer a cadeia pública no meio de dezenas de homens…Vítima de violência sexual, matou seu agressor nas matas da serra da Meruoca, para onde havia fugido, com o seu apaixonado Alexandre.

Enquanto viajo de São Paulo para o nosso Ceará, lembro-me dessa narrativa que se realiza no século 19, durante uma seca terrível.

Hoje, podemos perceber que não era uma parede de tijolos feitos de barro que a Luzia Homem carregava nos ombros. Mas já era o preconceito, a visão de mundo do papel menor da mulher, que se impunha na sociedade machista e patriarcal, presente até hoje.

Na política, então, vixe Maria!!

Daí vem o meu apreço, há tempos, com a ação política de mulheres como Luizianne Lins.

Ela vai quebrando os tijolos que “Luzia Homem” carregava nos ombros, como uma parede que limita a presença feminina no protagonismo político. Apesar dos pedreiros insistirem em fortalecer o muro da exclusão feminina na vida política.

Mesmo que, eventualmente, a gente possa ter divergências políticas, cresce meu respeito e admiração pela luta que a Luizianne conduz para retirar o codinome (apelido) de Homem da Luzia, descrida pelo sobralense Domingos Olímpio.

E, assim, no Olimpo da Política, as mulheres possam usar seus talentos, competências e suas sabedorias para construírem, ombro a ombro com os homens, um mundo muito melhor para se viver, cujo desenho me parece impossível sem as diversidades, respeitando-as e cultivando-as para garantir as equidades socioeconômicas de raça, gênero e etnia, além de buscar a utopia (?) da paz.

*Clodoveu (Veveu) Arruda,

Professor, advogado e ex-prefeito de Sobral.

DETALHE – Veveu é marido de Izolda Clea,cujo nome chegou a ser defendido por Luizianne para disputar o Governo.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Ver comentários (5)

  • Muito bom o comentário, o paralelo feito entre duas mulheres que lutam combatendo uma sociedade marcada pelo preconceito, discriminação e machismo que têm massacrado a mulher.

  • Gostei demais dessa imagem!!! Por isso acho que Luizianne deve ser nossa candidata a prefeita contra os coroneis de plantão!!!!

  • Comovente a narrativa de Veveu Arruda que mergulhou no Século 19 para comparar a luta das mulheres por protagonismo. Me fez lembrar Belchior na realista composição "Como Nossos Pais". Pois é, ainda somos os mesmos.
    Me inquieta constatar isso. Temos que superar

  • Veveu usou quase uma forma poética para chegar aos nossos corações e mostrar que a gente não pode mais fechar os olhos. Não é ser feminista é ser uma pessoa que pode querer estar aonde quiser.

  • O mundo inteiro perde se prescindir da força das mulheres. Assim como dos indígenas, quilombolas, juventude negra, lgbtqia e outros diferentes mas não desiguais. Muito bom Veveu!

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