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“O silêncio como ônus em tempos de crise” – por Luiz Henrique Campos

Sou um entusiasta das eleições nos âmbitos municipal, estadual e federal. Cada doido tem a sua mania, reconheço, mas desde que passei a vivenciar esses períodos, os entendo como meio de analisar a história a partir de como se pronuncia o eleitor naquele determinado ciclo da sociedade. Assim, gosto desde a construção das articulações políticas até as estratégias de campanha, sem esquecer as adaptações de discurso com focos específicos. Por isso, considero que não há político bom ou ruim, mas sim, político que representa um estrato da população talhado por este, a assumir do eleitor, a procuração para defender suas visões de mundo.

Não à toa, o resultado das urnas pode oferecer vários resultados. Há os eleitos de fato e de direito, mas há também os vencedores, que mesmo não logrando êxito no pleito, podem sair da eleição como vitoriosos por terem se tornado maiores do que quando entraram. Poderia citar diversos exemplos de lideranças que se construíram nas campanhas eleitorais, apesar de não terem ganho nas urnas. A última disputa à prefeitura de Fortaleza é um exemplo inequívoco disso. André Fernandes, surpreendendo e quase virando prefeito, foi galgado ao posto de liderança, sem contar com outros nomes do espectro de direita que tiveram boas votações à Câmara Municipal.

Virar de uma hora para outra liderança, todavia, requer agora desses representantes, que entraram na disputa se colocando como antissistema, um outro papel. Não são mais franco atirados, onde o que diziam, era antes dito como peça de campanha. Estão em outro e precisam se posicionar, até para que seus seguidores continuem os defendendo quando solicitados. É nesse sentido que sinto certa apatia desses novas lideranças da direita em Fortaleza que parece terem mergulhado nos louros da eleição. Até se pode argumentar que a campanha terminou há pouco. Ok. Mas as coisas em Fortaleza e no Brasil não deixaram de acontecer.

Depois do final do pleito, já tivemos a polêmica da eleição da Assembleia, a articulação de chapa para a Câmara Municipal, a falta de recursos em algumas área da prefeitura vindo à tona, o aumento da faixa de isenção do IR e principalmente a divulgação das notícias sobre a tentativa de golpe com a possibilidade de assassinatos do presidente Lula, de Alckmin e Alexandre de Moraes. Apesar desses temas estarem pipocando, nenhuma dessas lideranças têm se pronunciado, deixando seus eleitores órfãos. Tudo bem que pode ser uma estratégia evitar certos temas, mas a questão é que o patamar é outro a partir do que definiu o eleitor; a não ser, que a nossa direita em ascensão, ache que seja mais conveniente continuar defendendo o surrado mantra Deus, pátria, família e liberdade até em relação a assassinatos de presidente.

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