“A Ordem dos Advogados não pode manter-se inerte e silente, numa demonstração de fragilidade e impotência, sucumbindo a sistemas e interesses casuísticos”, aponta o advogado Fábio Timbó. Confira:
A violência tornou-se, ao longo das décadas, um problema eminentemente estrutural e não mais episódico ou conjuntural, jungido à reprodução das grandes desigualdades sociais e à reconfiguração do crime organizado.
No Ceará, vivemos um paroxismo da violência com requintes de crueldade e ousadia, potencializada pela ação de facções criminosas, principalmente, na gestão do mercado ilícito de drogas, e pelo incremento assustador do feminicídio e de tantos outros fenômenos que desafiam o Estado a inserir o assunto na pauta governamental, em regime de urgência e primordialidade, sob pena de inviabilizar a rotina da população como um todo.
Nesse contexto, a OAB/CE e os advogados – enquanto instrumentos da sociedade civil, representando a efetivação do Estado Democrático de Direito – são aliados cruciais nesse percurso de debates, rupturas e disputas sociais, econômicas e políticas.
A Ordem dos Advogados não pode manter-se inerte e silente, numa demonstração de fragilidade e impotência, sucumbindo a sistemas e interesses casuísticos. Deve, sim, ouvir e conclamar advogados e advogadas, para que, juntos, possamos implementar ações voltadas a contribuir com um projeto nacional de desenvolvimento para a real transformação desses problemas remotos e arraigados, para que num futuro próximo, possamos começar a contar uma nova história.
Queremos audiência pública já!
Fábio Timbó é advogado
