Nesta manhã de quarta-feira, a polícia Federal deflagrou a quarta fase da Operação Pureza Roubada. O objetivo é apurar crimes relacionados à exploração sexual de crianças e adolescentes no ambiente virtual. A investigação teve início a partir de 10 denúncias internacionais recebidas pelo canal oficial de cooperação policial no combate ao abuso infantil na internet.
Segundo a assessoria de imprensa da pF, as comunicações indicavam que um usuário sediado em Fortaleza teria armazenado, compartilhado e possivelmente produzido imagens de abuso sexual infantil, o que configura, em tese, os crimes previstos nos arts. 240, 241-A e 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Os materiais compartilhados foram identificados em plataformas como Discord Inc. e X Corp. (antigo Twitter), com registros de atividade entre setembro de 2024 e janeiro de 2025.
Medidas cautelares
Durante a apuração, surgiram indícios de que o investigado poderia apresentar limitações cognitivas significativas, incluindo diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA), o que motivou o pedido de medidas cautelares também em face dos genitores e responsáveis legais, como a proibição de acesso à internet e recomendação de acompanhamento familiar intensivo.
A Polícia Federal destaca que o trabalho repressivo também possui função preventiva e de proteção integral, não apenas às vítimas diretas, mas, em casos como este, aos próprios investigados e seus núcleos familiares, ao alertar para condutas que, ainda que motivadas por desinformação ou vulnerabilidade, podem gerar consequências penais e sociais graves.
Ressalta-se a importância da supervisão ativa de crianças, adolescentes e pessoas com necessidades especiais no uso da internet, especialmente diante da crescente exposição a conteúdos inadequados e criminosos em ambientes virtuais não monitorados.