Categorias: Justiça

Processo aberto nos EUA contra Moraes não passa de “show jurídico”

Alexandre Moraes é ministro do STF. Foto - Agência Brasil

A ação movida pela Trump Media e pela Rumble nos Estados Unidos “acusa” o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de algumas coisas — mas apenas no sentido popular da palavra “acusar”. A petição inicial não apresenta qualquer acusação contra o ministro, nem pede ao juiz que profira qualquer sentença condenatória contra ele — e nem poderia.

A petição inicial “acusa” o ministro de violar a Primeira Emenda da Constituição dos EUA no que se refere à liberdade de expressão (tal como o Congresso e os tribunais dos EUA, incluindo a Suprema Corte, fizeram com o TikTok); de fazer uma “censura extraterritorial”; e de extrapolar sua autoridade legal e a lei internacional ao pedir à Rumble para encerrar a conta de um blogueiro de direita (brasileiro) identificado na ação como “Dissidente Político A”.

O principal pedido dos autores da ação é apenas a emissão de uma ordem judicial declarando que a “ordem de silenciar” (gag order) um usuário, expedida por Alexandre de Moraes, não seja executável (ou seja nula) nos Estados Unidos. Uma gag order também é chamada de “ordem da mordaça”. A petição diz:

“Permitir que o ministro Moraes amordace um usuário vocal em um canal digital americano colocaria em risco o compromisso fundamental de nosso país com o debate aberto e robusto. Nem ditames extraterritoriais, nem o excesso judicial do exterior, podem anular as liberdades protegidas pela Constituição e pela lei dos EUA”.

Os peticionários pedem que o juiz declare que tais ordens de silenciar não são executáveis nos Estados Unidos, porque são inconsistentes com a Primeira Emenda, a Lei de Decência nas Comunicações, uma lei da Flórida sobre o tema e políticas públicas dos EUA e da Flórida (a ação foi movida em um tribunal federal no estado, onde está a sede da Rumble).

Possíveis motivações do processo

Ouvida pela CNN, uma professora de Legislação da Internet da Universidade de Stanford disse que a ação movida pela Trump Media, da qual o presidente Donald Trump é sócio majoritário, e pela Rumble tem, em seu entender, o propósito de dar um show.

*Com site Consultor Jurídico aqui.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Esse website utiliza cookies.

Leia mais