Subi a serra pra tomar café – por Mirelle Costa

Subi a serra para provar o café do maciço de Baturité, mais especificamente em Guaramiranga. O sítio Águas Finas recebe visitantes diariamente para um passeio histórico cultural com visita ao cafezal para conhecer as plantações de café Arábica, como catuaí vermelho, catucaí amarelo e o Typica, além da oportunidade de acompanhar a secagem e a torra.

A experiência no sitio Aguas Finas costuma durar uma hora com direito à degustação de café e visita ao cafezal – Foto: Juliao Junior

O café é um pequeno fruto redondo, que nasce de uma pequena árvore, um pouco maior que uma pessoa. Em Guaramiranga, existe o privilégio da possibilidade de conhecer várias floradas e acredite: A floresta interfere no sabor do café por causa do solo.

Esse pezinho bem carregado é do catuaí vermelho, um tipo de café do tipo Arábica. Foto: Juliao Junior

A colheita de café no sítio é de maio a agosto e precisa ser feita de forma separada, não podendo haver mistura de colheita de tipos de plantações. A adubação é natural. A florada do café é uma das etapas mais importantes dos cafezais. A separação dos grãos é toda manual, com peneiras.

Esse é um pezinho de Typica, um outro tipo de café Arábica, bem resistente äs pragas. Foto: Juliao Junior

A Iris Araújo foi responsável por nos guiar nessa jornada. Ela explica que, da flor até o grão maduro, precisamos de nove meses, uma gestação. O café demora cerca de trinta dias para secar. “Um cafeeiro dura de quinze a vinte anos. Todos os anos fazemos novas mudas e replantamos no cafezal. Para fazermos uma boa muda, é preciso escolhermos as melhores sementes. Depois que o café germina, o que dura uns dois meses, no máximo, ele ainda tem um tempo de berçário pra, somente depois, ir pro chão. É o que a gente chama transplante. A primeira safra só aparece depois de três anos, mas, a partir daí, a floração será anual” explica Iris Araújo, responsável por receber os visitantes no sítio Águas Finas.

Eu e Iris Araújo. Foto Juliao Junior

PROVEI O (FRUTO DO) CAFÉ PELA PRIMEIRA VEZ


Provei a fruta bem madurinha, que estava pronta para a colheita. É nessa etapa que o café está bem vermelhinho, na forma conhecida como “cereja”. Você morde, despreza a casca e fica só com o gostinho adocicado da polpa. A semente você despreza também. Surpreendente!

ATENÇÃO, PARA O CAFÉ, NÃO VALE A REGRA DO VINHO

Para o café, a regra é: quanto mais novo, melhor. Fique atento! Não guarde por muito tempo aquele café especial que você comprou para consumir apenas em ocasiões especiais, ele pode oxidar depois de aberto.
E detalhe: nada de geladeira. O café, depois de aberto, deve ser guardado em temperatura ambiente.

CAFÉ PREMIADO

Os cafés produzidos no sítio Águas Finas possuem notas de oitenta a noventa, considerados, portanto, cafés especiais. Já houve safra premiada por aqui.

Mirelle Costa: Mirelle Costa e Silva é jornalista, mestre em gestão de negócios e escritora. Atualmente é estrategista na área de comunicação e marketing. Possui experiência como professora na área de jornalismo para tevê e mídias eletrônicas. Já foi apresentadora, produtora, editora e repórter de tevê, além de colunista em jornal impresso. Possui premiações em comunicação, como o Prêmio Gandhi de Comunicação (2021) e Prêmio CBIC de Comunicação (2014). Autora do livro de crônicas Não Preciso ser Fake, lançado na biblioteca pública do Ceará, em 2022. Participou como expositora da Bienal Internacional do Livro no Ceará, em 2022.

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