Confira a trajetória do tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo, que morreu aos 92 anos, nessa sexta-feira. Ele estava internado desde o final do ano passado e morreu de falência múltipla dos órgãos. A pesquisa é da Agência Brasil.
Zagallo era alagoano de Atalaia, nascido em 8 de agosto de 1931. Antes de completar um ano, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. O talento com a bola nos pés chamou atenção na peneira em que foi aprovado para o time infantil do América-RJ, na Tijuca, bairro da zona norte carioca onde morava. Pelo Mecão, foi campeão carioca de Amadores em 1949, como juvenil, antes de se transferir para o Flamengo.
Antes de brilhar no Rubro-Negro, onde foi tricampeão carioca (1953 a 1955), ele foi recrutado pelo Exército. Em 1950, trabalhando como segurança no Maracanã, viu de perto o uruguaio Alcides Ghiggia silenciar o Maior do Mundo e adiar o sonho do então inédito título mundial brasileiro. História que o então soldado Zagallo ajudaria a mudar anos depois.
A conquista da Taça Oswaldo Cruz (disputada pelas seleções de Brasil e Paraguai) em 1958 foi o começo da trajetória de Zagallo na seleção. Ele vestiu a amarelinha em 36 ocasiões e marcou seis gols. Um na final da Copa do Mundo daquele ano, na vitória por 5 a 2 sobre a anfitriã Suécia, estampando a primeira estrela no peito brasileiro. E o ponta-esquerda deixou clara a importância tática – defensiva e ofensiva – que lhe rendeu o apelido “formiguinha”.
Foi também em 1958 que a passagem de Zagallo pelo Flamengo chegou ao fim, com a mudança para o Botafogo. Foram sete anos na Estrela Solitária, ao lado de Nilton Santos, Didi e Garrincha, com dois títulos cariocas (1961 e 1962) e dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Foi também vestindo a camisa alvinegra que o ponta-esquerda ajudou o Brasil a erguer a taça Jules Rimet pela segunda vez, em 1962, no Chile.
Treinador
Zagallo deixou os gramados aos 34 anos, iniciando a carreira como treinador. Em 1966, assumiu justamente o Botafogo, sendo bicampeão carioca (1967 e 1968) e conduzindo o Glorioso ao primeiro título brasileiro, em 1968.
Às vésperas da Copa do Mundo de 1970, o Velho Lobo foi chamado para comandar o Brasil no México. Ele teria menos de cem dias para trabalhar. Ainda assim, decidiu mexer no time que era de João Saldanha. Uma das alterações mais marcantes foi a escolha dos cinco jogadores mais avançados. Com Gérson, Rivellino, Tostão, Pelé e Jairzinho, todos camisas 10 nos respectivos clubes, a seleção conquistou o tri.
Após dirigir o Brasil na Copa de 1974, Zagallo passou por diferentes clubes e países (Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos), até retornar à seleção em 1991, como coordenador técnico. Ao lado de Carlos Alberto Parreira, fez parte da comissão do tetracampeonato mundial, sendo escolhido para suceder o treinador campeão.
A nova passagem à frente da amarelinha teve momentos amargos, como a eliminação na semifinal da Olimpíada de Atlanta (Estados Unidos) para a Nigéria, mas também de conquistas, como a da Copa das Confederações e da Copa América, ambos em 1997. Esta última foi especial, por ser a primeira do Brasil longe de casa. Após derrotar a anfitriã Bolívia na final, por 3 a 1, na altitude de La Paz, o Velho Lobo disparou contra os críticos a famosa frase: “Vocês vão ter que me engolir!”.
Ele dirigiu Portuguesa e Flamengo (onde venceu o Carioca e a Copa dos Campeões de 2001) antes de, depois do penta, em 2002, reeditar a parceria com Parreira, novamente como coordenador técnico. A dupla levantou as taças das Copas América de 2004 e das Confederações de 2005. O adeus nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi também o último trabalho do Velho Lobo, aos 75 anos.
Foram 135 partidas à frente do Brasil, com 79,7% de aproveitamento, sendo o treinador com mais jogos no comando da seleção. Como coordenador, ele participou de outros 72 jogos (65,7% de aproveitamento). Pois é, “Zagallo craque” não tem 13 letras a toa.
Tópicos Sobre Zagallo
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Início da Vida:
- Nascimento em Atalaia, Alagoas, em 8 de agosto de 1931.
- Mudança para o Rio de Janeiro ainda na infância.
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Descoberta do Talento:
- Destaque na peneira do América-RJ na Tijuca.
- Campeão carioca de Amadores em 1949 pelo Mecão.
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Passagem pelo Flamengo:
- Tricampeão carioca (1953 a 1955) com o Flamengo.
- Experiência marcante como segurança no Maracanã em 1950.
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Conquistas na Seleção:
- Taça Oswaldo Cruz em 1958.
- Participação na Copa do Mundo de 1958, conquistando o título.
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Mudança para o Botafogo:
- Transferência para o Botafogo em 1958.
- Conquistas, incluindo dois títulos cariocas e dois Torneios Rio-São Paulo.
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Transição para Treinador:
- Início da carreira como treinador aos 34 anos.
- Bicampeonato carioca e título brasileiro com o Botafogo em 1968.
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Copa do Mundo de 1970:
- Chamado para comandar o Brasil no México.
- Condução da equipe ao tricampeonato mundial.
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Carreira como Treinador:
- Passagens por diversos clubes e países.
- Retorno à seleção em 1991 como coordenador técnico.
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Tetracampeonato Mundial:
- Coordenador técnico na conquista do tetracampeonato em 1994.
- Momentos amargos e conquistas na segunda passagem pela seleção.
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Legado e Frases Marcantes:
- Dirigiu Portuguesa e Flamengo, vencendo o Carioca e a Copa dos Campeões de 2001.
- Parceria com Parreira em 2004 e 2005, levantando troféus das Copas América e Confederações.
- Último trabalho na Copa do Mundo de 2006, encerrando a carreira aos 75 anos.
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Recordes e Estatísticas:
- 135 partidas à frente da seleção, com 79,7% de aproveitamento.
- Treinador com mais jogos no comando da seleção.
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Despedida e Legado:
- Encerramento da carreira após a Copa do Mundo de 2006.
- O legado de “Zagallo craque” e sua famosa frase: “Vocês vão ter que me engolir!”.