Escolhendo entre SELIC, CDI e IPCA em Títulos de Renda Fixa – por Fabiano Mapurunga

Escolhendo entre SELIC, CDI e IPCA em Títulos de Renda Fixa - Foto: freepik
Escolhendo entre SELIC, CDI e IPCA em Títulos de Renda Fixa - Foto: freepik

Para o investidor em renda fixa, é muito importante saber escolher entre títulos pós-fixados, pré-fixados e híbridos. Para aqueles que optarem pelos pós-fixados, é relevante que consigam escolher, com entendimento, qual o indexador que lhes atenderá entre a SELIC, o CDI ou o IPCA pois, esta escolha, será o grande diferencial neste caso.

Vamos procurar neste artigo, clarear o entendimento sobre como se comportam esses indexadores, o que os compõem e como os escolher. Importantes informações que serão relevantes para uma decisão mais consciente.

Para o investidor em renda fixa, é muito importante saber escolher entre títulos pós-fixados, pré-fixados e híbridos. Para aqueles que optarem pelos pós-fixados, é relevante que consigam escolher, com entendimento, qual o indexador que lhes atenderá entre a SELIC, o CDI ou o IPCA pois, esta escolha, será o grande diferencial neste caso.
Vamos procurar neste artigo, clarear o entendimento sobre como se comportam esses indexadores, o que os compõem e como os escolher. Importantes informações que serão relevantes para uma decisão mais consciente.

Mas o que vem a ser um título de renda fixa pré-fixado e um pós-fixado?

Títulos Pré-fixados: são aqueles em que o emissor do título declara, previamente, o percentual do ganho que o investidor receberá no ato da liquidação do mesmo. Como exemplo temos os títulos do Tesouro Pré-fixados, veja: Para um título com prazo de liquidação em 2026, a rentabilidade anual em dezembro de 2023 era de 9,72%. Se o saque for realizado apenas no final do prazo, o investidor receberá tal rentabilidade declarada. Porém, se fizer o resgate em data anterior, ele estará exposto ao valor do título no mercado secundário (é onde a compra e a venda dos títulos será realizada apenas entre os investidores).

Títulos Pós-fixados: são títulos os quais suas rentabilidades são calculadas com base em algum índice como IPCA (Inflação), SELIC (Taxa básica de juros) ou CDI (Certificado de

Depósito Interbancário). O Tesouro SELIC, por exemplo, remunera diariamente vinculado a taxa básica de juros. Já o Tesouro IPCA, remunera com base na inflação, somado a um percentual de ganho real definido previamente.

Agora vamos explicar o que são esses indexadores de investimentos

De uma forma simples e direta, os indexadores de investimentos são dispositivos de preços que servem para possíveis reajustes, e são utilizados principalmente, na renda fixa.

Podemos classificá-los como:

Prefixados: são títulos que possuem remuneração fixa;​
Pós-fixados: são aqueles que têm sua remuneração acompanhando algum indexador que pode variar no transcorrer do prazo do investimento;
Híbridos: são os que misturam uma taxa fixa e uma indexada a algum indicador.

Indexadores Básicos do Mercado Nacional:

– Taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia): é a taxa básica de juros da economia brasileira, praticada em operações compromissadas com títulos públicos federais que tenham prazo máximo de 1 dia útil. É também utilizada para o cálculo e cobrança de juros, em vários mercados. Está dividida em duas:

I. Selic Over: é a taxa média diária de juros que os bancos praticam no mercado interbancário.

 II. Selic Meta: é a taxa de juros referência para a economia, a qual é estabelecida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) – Banco Central, em reuniões com intervalos de 45 dias, que objetiva contribuir com o controle da inflação.

– CDI (Certificado de Depósito Interbancário): é utilizado como indicador de juros no mercado interbancário no Brasil, e que anda geminado à taxa básica de juros. É classificado como um título de curtíssimo prazo transacionado entre instituições financeiras com vencimento em 1 dia útil.
Tem forte utilização como indexador de rentabilidade para títulos privados pós-fixados, a exemplo dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), LCIs (Letras de Créditos Imobiliários) e LCAs (Letras de Créditos Agrários).

– IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): índice calculado mensalmente pelo IBGE, que tem como base itens da cesta de produtos consumida pelos brasileiros, onde seu resultado aponta se houve aumento ou diminuição de um mês para o outro. Tal cesta é composta por itens definidos pela Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF, que procura apurar o que a população vem consumindo, e quanto de rendimento familiar é gasto em cada produto como: arroz, feijão, passagem de ônibus, material escolar, médico, cinema, entre outros. Além da variação de preços dos itens, também é medido o peso que cada um representa no orçamento familiar.

No mercado financeiro, O IPCA serve de indexador em títulos híbridos, como o Tesouro IPCA+, dentre outros, procurando apresentar uma rentabilidade real positiva sempre acima da inflação no seu vencimento.

Por que se faz importante acompanhar os indexadores?

Para melhorar nossas decisões, tais indicadores citados, nos ajudam a compreender o comportamento do nosso momento econômico e quais as tendências do mercado financeiro, assim podemos executar com mais segurança nossos Planejamentos Financeiros pois, nos facilitam prever impactos nas rendas fixas, e observar os ciclos de alta e de baixa, facilitando as decisões estratégicas.
Em nossos planejamentos estratégicos, o monitoramento dos indexadores nos ajudam de forma ampla, pois seus efeitos não se limitam apenas na renda fixa, mas também em ativos de renda variável. Basta observarmos que alterações na SELIC comprometem o desempenho econômico-financeiro das empresas, e de toda a sua cadeia produtiva, o que pode provocar necessidade de ajustes em suas estratégias de investimentos em ações. Observamos também que, em momentos de maior atratividade por títulos pós-fixados, pode ocorrer uma diminuição na procura por títulos pré-fixados, o que provoca a necessidade de um ajuste estratégico para se adaptar às condições do mercado.
Os indexadores nos ajudam no acompanhamento dos resultados, pois os mesmos são balizadores de desempenho da performance de alguns investimentos. Utilizamos o Ibovespa para analisar performance de ações, e CDI/ SELIC/ IPCA para fazer medições na renda fixa.

PONTOS IMPORTANTES PARA SE ANALISAR UM INDEXADOR (CDI/ SELIC/ IPCA)

A – Busque compreender como é composto o cálculo do indexador e como funciona a sua variação;
B – Avalie os dados históricos do indexador e suas tendências;
C – Procure avaliar o cenário econômico lendo notícias sobre a política monetária e fatos relevantes no mercado financeiro;
D – Procure estudar sobre a rentabilidade do título e sua interferência pelo indexador, principalmente se for pós-fixado ou híbrido.

JÁ PODEMOS CHEGAR A UMA CONCLUSÃO SOBRE QUAL É O MELHOR INDEXADOR: CDI, SELIC OU IPCA?

A resposta para essa pergunta é “DEPENDE”.
Vai depender do seu perfil como investidor, dos seus objetivos financeiros e, é claro, do cenário econômico do momento. Cada um guarda características próprias. É preciso alinhar essas características com os seus objetivos como investidor e com sua tolerância ao risco.
Talvez a busca pela diversificação de indexadores pode ser um bom caminho para o equilíbrio entre risco e retorno da sua carteira.

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Respostas de 9

  1. Tinha sim algumas dúvidas sobre o assunto.
    Matéria bem esclarecedora e de fácil entendimento.
    Irei divulgar o artigo para mais amigos.

  2. Parabéns Fabiano. Excelente texto, muito esclarecedor. Gostei 👍 👍 👍 👍

  3. Excelente artigo!! Para quem busca se planejar financeiramente e tomar decisões dentro do seus objetivos traçados !

  4. Parabéns, Fabiano!
    Texto muito esclarecedor!

  5. Exelente aula, Fabiano Mapurunga! Sempre com maestria e simplicidade, ensinando o “básico” que deveríamos conhecer e sermos familiarizados e que deveria ser ensinado nas escolas, para que nos preparasse para a vida financeira mais saudável de nós Brasileiros e das adversidades econômicas.

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