Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central aponta que vivemos hoje um verdadeiro oligopólio no nosso sistema financeiro, onde apenas 4 bancos detém 78,65% de todas as operações de crédito e meios de pagamentos. Em junho essa concentração era de 76,95% e há quase dez anos era de 54,67%.
Ainda segundo a mesma instituição, essas quatro instituições detêm a maior parte dos ativos bancários que até junho era de 72,98%. Para o mesmo período verificasse que esses quatro também detém 76,74% dos depósitos. Até agosto de a taxa média de juros dos empréstimos destinados às famílias era de 62,3% ao ano. Já para as empresas esse número chegava a 24,4%. Alavancados pelos gritantes juros para as pessoas físicas em torno do cheque especial, onde ficou em 317,3% ao ano e do rotativo do cartão de crédito que atingiu uma média de 397,4% ao ano.
Importante salientar também que esses quatro bancos vêm adotando a estratégia de verticalizar os seus serviços comerciais, o que os coloca cada vez mais no domínio da situação. Como exemplo clássico disse temos as principais administradoras de cartões de crédito que hoje pertencem a este grupo restrito de instituições.
Esses números nos servem apenas para embasar a afirmativa de que precisamos ter mais opções no mercado financeiro, caso contrário nunca sairemos da ciranda interminável de juros altos na ponta da cadeia produtiva.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma resolução que permite a atuação direta de startups de serviços financeiros (fintechs), a atuarem na concessão de crédito, sem que para isso tenham a necessidade da intermediação dos bancos. Baseado nessas novas regras as fintechs conseguirão eliminar os seus “intermediários” da cadeia e assim reduzir seus custos transacionais. Nossa expectativa é que tudo isso favoreça a entrada das fintechs na competição pela oferta de crédito e com isso, nós consumidores, possamos ter juros mais justos.
A medida do CMN abre a porta para a criação de dois novos tipos de instituições financeiras: as sociedades de empréstimos entre pessoas (peer 2 peer, em inglês) e as sociedades de crédito direto.
Nas sociedades de empréstimos entre pessoas, atuarão fintechs que colocam em contato investidores dispostos a emprestar seus recursos em troca de uma taxa de retorno favorável, com pessoas que tenham necessidade de tomar esses recursos.
Já para as sociedades de crédito direto, entrarão as fintechs que captam recursos através de fundos de investimentos, isso já existe hoje no mercado. Porém o grande diferencial é que elas não terão mais os bancos como intermediário e com isso seus custos transacionais irão reduzir e tornar as operações mais baratas.
Esperamos que essa medida do CMN realmente tenha um efeito progressivo em termos de competição para o mercado financeiro e com isso o seu efeito reflexivo, seja menores taxas e melhores condições para todos os tomadores de crédito.
Respostas de 3
Boas informações, recebidas para ampliar conhecimento.
Informações procedentes.
Fabulosos esclarecimentos,gostei